Novas descobertas podem fornecer uma visão única das atividades rituais das primeiras comunidades da Idade do Bronze que habitaram a ilha de Chipre
Publicado em 10/07/2024, às 18h03
Recentemente, arqueólogos da Universidade de Siena, da Itália, descobriram na ilha de Chipre um antigo complexo de templos de 4 mil anos. Essa nova descoberta pode fornecer novas interpretações sobre as atividades ritualísticas praticadas pelas primeiras comunidades da ilha, durante a Idade do Bronze.
A descoberta ocorreu durante escavações em um sítio arqueológico próximo à vila de Erimi, no distrito de Limassol. Quem conduz as escavações é o Projeto Arqueológico Italiano Erimi/Missão Arqueológica em Erimi.
Luca Bombardieri, diretor do projeto, explica em comunicado que o sítio se encontra no interior, em um alto terraço de calcário com vista para o Rio Kouris. O complexo cobre uma área com mais de 1000 metros quadrados, sendo a estrutura cerimonial mais antiga já descoberta na ilha, datando de entre 2.000 a.C. e 1.600 a.C., durante a Idade do Bronze Média.
Conforme descrito pelo Heritage Daily, as escavações revelaram um grande complexo de templos com um monólito central. Este, por sua vez, é decorado com um motivo circular e uma série de unidades residenciais, associadas a um assentamento, que conta com tanques de tingimento, armazém e até mesmo oficinas de artesãos da Idade do Bronze.
O monólito é descrito como sendo uma estrutura com 2,3 metros de altura, mas teria desabado no chão daquele "espaço sagrado". Com a queda, destruiu uma grande ânfora que estava próxima, que teria originalmente abrigado uma oferenda ritual, em uma lareira circular.
Além disso, também foram encontrados os restos mortais de uma mulher, que aparentemente foi mantida enclausurada em uma das antigas habitações. A partir de uma análise osteoarqueológica, ela morreu após um ferimento de um objeto pontiagudo, possivelmente uma lança, que perfurou seu crânio.
Com essas descobertas, arqueólogos esperam compreender mais sobre as antigas atividades ritualísticas praticadas pelas primeiras comunidades da Idade do Bronze, sendo conhecimentos importantes para a compreensão da narrativa histórica dos primeiros habitantes de Chipre.