Ursos polares ao redor de lixões representa ameaça para essas populações e também para os humanos
Enquanto o habitat dos ursos polares desaparece devido às mudanças climáticas, esses animais têm de buscar alimentos em locais alternativos, como nos lixos, por passarem muito tempo na terra. Cientistas alertam que o lixo representa uma ameaça para essas populações.
Como aponta a Folha de S.Paulo, os ursos precisam passar a maior parte do tempo na terra, devido ao aquecimento do Ártico, sendo que esses animais se alimentam de focas e para isso dependem do gelo marinho.
Com isso, os ursos polares estão se reunindo em torno de lixões no Ártico e subártico, como Belushya Guba, na Rússia. Nesses locais, é comum a ingestão de plástico, que é prejudial para a saúde desses animais.
Os perigos são ainda maiores devido ao aumento das populações humanas no Ártico. Em Nunavut, no Canadá, por exemplo, as projeções de crescimento são de quase 40% até 2043. Contudo, a gestão dos resíduos é um desafio para as comunidades remotas, já que o solo é frequentemente congelado, tornando difícil enterrar o lixo.
Como apontam os cientistas, essas condições são extremamente perigosas para a vida desses mamíferos. Com a realidade de ursos reunidos ao redor de lixões — e também de ossos de baleias, no Alasca, resultado de caças mal sucedidas — os perigos para os mamíferos e também para os humanos são eminentes.
Os animais ingerem plásticos — geralmente embalagens congeladas de comida— que são de grande risco para suas vidas, podendo causar sua morte ou adoecimento. E além disso, para a segurança pública, a melhor saída para os gestores locais da vida silvestre, pode ser optar pela morte desses mamíferos.
"Os ursos não conhecem todos os pontos negativos que vêm da ingestão de plástico e as doenças e toxinas às quais provavelmente estão expostos num ambiente (de aterro)", disse Geoff York, diretor sênior de conservação no grupo de defensoria Polar Bears International e coautor de relatório publicado na revista Oryx.
"Já tivemos algumas mortes humanas no leste do Ártico canadense", disse Derocher, biólogo na Universidade de Alberta, no estudo. "É surpreendente quantos lugares que nunca tiveram problemas com ursos polares agora estão tendo problemas emergentes", completou.