O livro de Flávio Gomes, Jaime Lauriano e Lilia Moritz Schwarcz apresenta 416 verbetes biográficos e mais de 500 personagens que marcaram a história do Brasil
Lançada em março deste ano, pela editora Companhia das Letras, a obra “Enciclopédia Negra”, dos renomados pesquisadores Flávio Gomes, Jaime Lauriano e Lilia Moritz Schwarcz, resgata a história de várias personalidades negras.
Neste ilustre livro, os autores apresentam mais de 500 personagens negros que marcaram a história do Brasil, dentre eles ativistas e revolucionários; líderes religiosos de matriz africana; curandeiros e médicos; e figuras maternas que lutaram bravamente pela alforria do seu povo.
A partir de uma linguagem singular e profunda, os especialistas apresentam a importância do protagonismo negro ao longo da história brasileira, reconstituíndo o período da escravidão e do pós-abolição.
“No Brasil, é uma história ainda muito branca, muito colonial e muito masculina. Então, a ideia é mostrar como as populações negras no Brasil estiveram presentes em todos os lugares. Não foram só populações escravizadas. Foram profissionais liberais, foram engenheiros, foram médicos, foram professoras, foram palhaços. Então, a ideia era fazer uma outra história”, disse Lilia Schwarcz, segundo o G1.
Dentre as diversas histórias presentes na obra, é possível se deparar com relatos emocionantes, como de Catarina Cassange, que em 1838 estava grávida quando se escondeu num quilombo. Entretanto, a jovem foi localizada e capturada.
Já Roque José Florêncio, conforme o livro, foi usado como uma espécie de reprodutor. Estima-se que ele teve mais de 200 filhos que foram escravizados, assim como ele. Essas são algumas das várias histórias presentes em a "Enciclopédia Negra" (2021).
O livro conta com 416 verbetes biográficos e a colaboração de mais de 36 ilustres artistas negros, que por meio de belíssimas ilustrações reconstituíram experiências individuais e coletivas de pessoas que marcaram a história do país.
Com o apoio do Instituto Ibirapitanga, o projeto da Enciclopédia Negra ganhou uma exposição com mais de 100 retratos de personalidades negras. O projeto foi organizado, ainda, pela Pinacoteca de São Paulo.
“A gente coloca no livro que uma pessoa negra morre duas vezes. Ela morre em vida e morre na memória, porque a memória dela não é preservada. A memória da personalidade negra não é preservada. Então, a gente tenta trazer para o livro o resgate dessa outra morte, da morte da memória, da morte da história, que é muito importante a gente não deixar que aconteça mais”, disse o artista plástico e co-curador da exposição, Jaime Lauriano, conforme o G1.
Disponível na Amazon em formato Kindle e capa comum, esta memorável obra conta, ainda, com a ilustre arte de capa feita por Oga Mendonça.
+Assista a live de lançamento do livro: