Em 79 d.C., a erupção do Monte Vesúvio varreu as cidades de Pompeia e Herculano, criando fósseis bem diferentes do esperado
Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 05/10/2020, às 14h54 - Atualizado em 27/08/2021, às 10h00
Em outubro de 2020, a revista científica PLOS ONE divulgou uma pesquisa inusitada, que analisava uma descoberta datada de 79 d.C., ano da erupção do Monte Vesúvio. Tratava-se do cérebro vitrificado, que ainda apresentava neurônios preservados, de um homem que sofreu o impacto da trajédia ocorrida há 2 mil anos.
O estudo dava continuidade a outro publicado em janeiro de 2020, onde os cientistas afirmavam que o cérebro se transformou em vidro graças aos mais de 500°C registrados durante a erupção do vulcão — que além de ter varrido a cidade de Pompeia, ainda destruiu a cidade vizinha, Herculano, onde foi encontrado o 'cérebro de vidro'.
Durante exames em laboratório, a equipe de pesquisadores confirmou que o material era rico em carbono e oxigênio, como esperado para restos orgânicos. A grande surpresa, todavia, veio quando os cientistas identificaram as estruturas do cérebro.
“Nossos resultados mostram que o processo único de vitrificação que aconteceu em Herculano congelou estruturas neuronais dessa vítima, mantendo-as intactas até hoje”, comentou Pier Paolo Petrone, o líder do estudo, em um comunicado, segundo a Galileu.
De acordo com o antropólogo forense da Universidade de Nápoles Frederico 2º, em declaração à BBC, "a preservação de um cérebro antigo é algo extremamente raro, muito difícil de encontrar". Para Petrone, "essa é a primeira vez que encontramos restos de cérebro humano vitrificados por calor".
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