Tecnologia, que pretende detectar "pessoas de interesse", as dividirá em categorias de acordo com quanto preocupam o governo chinês
Documentos publicados pelo governo chinês revelam planejamento de novo sistema de vigilância que pretende acompanhar os movimentos de jornalistas, estudantes estrangeiros, mulheres imigrantes e outros grupos considerados "de interesse".
Os arquivos foram publicados pelo governo chinês no último mês de julho, porém apenas recentemente foram acessados pela BBC News, que repercutiu a notícia nesta segunda-feira, 29.
O sistema descrito, além de incluir o já amplamente usado reconhecimento facial, pretende realizar sua vigilância das "pessoas de interesse" através de dados retirados de seus dispositivos móveis, suas redes sociais, documentos relacionados aos seus bens (como veículos e propriedades), e relacionados às suas viagens pelo território (como passagens e estadias em hotéis).
As informações compiladas pela tecnologia descrita serão colocadas em bibliotecas de dados divididos em três categorias, que lembram um "semáforo": vermelho, amarelo e verde. Vale mencionar que um dos maiores alvos do sistema serão os jornalistas, embora ele também inclua outros.
A proposta preliminar é classificar os principais jornalistas 'de interesse'. As pessoas marcadas em vermelho são a principal preocupação. O segundo nível, marcado em amarelo, são pessoas de interesse geral. Nível três, marcado em verde, é para jornalistas que não são prejudiciais", diz um dos trechos dos documentos, ainda conforme a BBC.
Para a ONG internacional Human Rights Watch (Sentinela dos Direitos Humanos, em tradução livre), os planos do Partido Comunista chinês são motivo de alarme.
"Este não é um governo que precisa de mais poder para rastrear mais pessoas... especialmente aqueles que podem estar tentando responsabilizá-lo pacificamente", apontou a instituição a respeito da questão.