De acordo com os profissionais de saúde, o principal opositor do governo russo pode sofrer “uma parada cardíaca” a qualquer instante
Segundo informações da AFP que foram divulgadas nesta terça-feira, 20, a equipe médica de Alexei Navalny, principal opositor do governo russo, foi impedida de entrar no centro penitenciário em que ele está hospitalizado desde ontem.
Em greve de fome há três semanas, Nalvany foi levado na segunda-feira, 19, para o complexo penitenciário de Vladimir, cidade que fica ao nordeste da capital. De acordo com seus familiares e médicos, ele está desde o fim de semana correndo risco de morte.
Esta, entretanto, não é a primeira vez que isso acontece. Líder de um sindicato opositor e médica pessoal de Alexei, Anastasia Vasilieva disse que foi impedida de encontrá-lo não só hoje, mas em todas as vezes que tentou anteriormente.
“É uma atitude muito desrespeitosa em relação às pessoas que chegaram para exercer o seu dever humano, o dever médico de ajudar um paciente”, disse em entrevista à AFP do lado de fora do local onde o opositor está preso. Anastasia ainda destacou que o caso se trata de “saúde e da vida”.
Os médicos de Nalvany informaram que ele possui uma elevada concentração de potássio em seu sangue e que isso pode causar “uma parada cardíaca” a qualquer instante. A situação foi constatada por seus advogados, que conseguiram entrar na penitenciária.
Alexei Navalny está sem se alimentar desde o dia 31 de março, como uma forma de protesto contra as condições pela qual ele foi preso. Leonid Volkov, uma das pessoas próximas a ele, disse que o opositor do governo foi transferido para “um campo de concentração e tortura e não para um hospital”. Já sua mãe, Ludmila, disse em suas redes sociais que o filho está em um local “pior” do que a instalação anterior.
No dia 17 de janeiro de 2021, Alexei Navalny — conhecido por atuar em oposição contra o governo da Rússia — foi preso ao retornar para seu país de origem. Segundo repercutido por veículos do mundo todo, o homem foi detido pela polícia local assim que chegou ao aeroporto de Sheremetievo, em Moscou.
O homem enfrenta acusações por parte da Rússia por supostamente ter violado suas condições de sentença impostas em 2014. A violação teria acontecido no período em que o opositor esteve na Alemanha, já que não se apresentou à polícia russa ao menos duas vezes na semana, como era pedido.
Outro aspecto do caso do ativista é que, em agosto de 2020, ele havia sofrido uma tentativa de envenenamento. O governo russo, todavia, negou envolvimento no atentado.