Na transmissão original, o personagem não rejeita o churrasco, mas ainda causa desgosto no pai pantaneiro
Protagonista da segunda fase da 'Pantanal', Joventino é conhecido não apenas pelo entrelaço amoroso com as personagens Guta e Juma, mas principalmente pelo desencontro cultural com o pai do personagem, José Leôncio. Com o remake atualmente transmitido pela TV Globo na faixa de novelas das 21h, no entanto, a releitura do personagem proporcionou um novo debate.
Diversos comentários sobre a postura do personagem na releitura do sucesso da Rede Manchete em 1990 levaram um usuário do Twitter a resgatar um trecho original da novela onde o pai do garoto demonstra rejeição a uma expressão corporal demonstrada pelo jovem, na época interpretado por Marcos Winter.
Na cena em que é convidado para almoçar com os familiares pantaneiros durante um churrasco, o jovem não recusa a carne como na nova versão — em que Jove é vegano —, mas pede um prato para comer, ao invés de segurar com a mão, e ainda une os joelhos ao sentar, diferente dos outros pantaneiros presentes, que vê o fechamento das pernas como um traço distinto da masculinidade.
Na versão original, o Jove não era vegetariano. Ele comia carne. Mas o genial da cena era a forma como ele comia. Detalhe para o final. 🗣️🗣️🗣️🗣️ #Pantanalpic.twitter.com/UYz4aNUZtb
— Sérgio Santos (@ZAMENZA) April 19, 2022
Conforme revelado por Jesuíta Barbosa em entrevista à revista GQ Brasil em outubro de 2021, na nova versão da história o filho do fazendeiro José Leôncio é vegano, isto é, não come nada de origem animal, incluindo leite e ovos.
No Pantanal dos anos 90, o mocinho era caracterizado por um linguajar mais culto e hobbies como fotografia e leitura, o que ilustrava seu contraste com as pessoas que viviam na região pantaneira. Já no remake, o veganismo do jovem é mais uma das características a cumprir esse papel, que inclusive gerará conflito entre ele e seu pai.
Pai e filho têm cabeças diferentes, mas há um encontro nessas diferenças, há respeito. Isso é importante neste momento de nervos inflamados, em que não tem havido respeito entre as pessoas", explicou Jesuíta ao veículo.