O delegado Henrique Damasceno acredita que mãe e babá mentiram sobre não saberem do que acontecia quando o menino estava com o padrasto
Em uma entrevista coletiva ocorrida nesta quinta-feira, 8, a polícia deu mais informações a respeito do caso do menino Henry.
Segundo os oficiais, a babá do garoto, chamada Thainá, já havia revelado à mãe, Monique, que a criança era submetida a uma "rotina de violência" nas mãos do padrasto Jairinho, que é vereador pelo estado do Rio de Janeiro.
A as informações foram encontradas em uma troca de mensagens recuperada durante a investigação. (Confira a conversa completa aqui).
"A babá fala que o Henry relatou a ela que o padrasto o pegou pelo braço e deu uma rasteira’ nele, isso é, chutou o garoto. No momento ficou bastante claro que houve uma lesão ali. Na própria continuidade [da conversa] a própria babá fala que o Henry estava mancando, e que quando foi tomar banho ele não deixou porque estava com dor na cabeça. É óbvio que se trata deu uma prova absolutamente relevante", comentou o delegado Henrique Damasceno, responsável pela investigação, de acordo com o que foi repercutido pelo UOL.
Além das agressões, as informações enviadas por Thainá à mãe do menino apontam para a presença de ameaças na relação do padrasto com a criança, com Jairinho já tendo dito frases como “Se você contar eu vou te pegar, você está prejudicando a vida da sua mãe”.
"Eu tenho provas que a babá sabia e eu sei que ela mentiu [no depoimento]. Eu tenho provas que a mãe sabia e eu sei que ela mentiu. A omissão da babá é em relação ao dia 12 de fevereiro, ela avisou para a mãe, ela fez o que se espera de uma babá. A mãe não procurou a polícia, não afastou o agressor. No dia da morte a babá não estava lá", alegou ainda o delegado Damasceno durante a coletiva.
No domingo de 7 de março de 2021,o engenheiro Leniel Borel deixou seu filho Henry na casa da mãe do garoto, sua ex-esposa Monique. Segundo a mulher, via UOL, o menino teria chegado cansado, pedindo para dormir na cama que ela dividia com Jairinho.
Por volta das 3h30 da madrugada, o casal foi verificar o pequeno e acabou encontrando Henry no chão, já desacordado. Monique e o vereador levaram o garoto às pressas para o hospital, enquanto avisavam Leniel, que, desconfiado, abriu um Boletim de Ocorrência.
O caso começou a ser investigado no mesmo dia e, até hoje, a polícia já ouviu cerca de 18 testemunhas. Tendo em vista que a morte do garoto foi causada por “hemorragia interna e laceração hepática [danos no fígado] causada por uma ação contundente”, os oficiais já reuniram provas o suficiente para descartar a hipótese de um acidente, segundo o G1.
O inquérito, no entanto, ainda não foi concluído e, dessa forma, nenhum suspeito foi acusado formalmente, mesmo que a polícia acredite que trate-se de um assassinato. Da mesma forma, falta esclarecer o que realmente aconteceu com Henry naquele dia.