A polícia francesa apreendeu US$ 20.000 em notas sujas, que foram roubadas do cofre do banco de Benghazi
Nesta quarta-feira, 7, o jornal Le Parisien publicou uma notícia a respeito de um casal preso pela polícia francesa, que fora flagrado lavando US$ 20.000 em notas, que aparentavam estar mofadas. Foi revelado que a quantia fazia parte do tesouro do ex-ditador da Líbia Muammar Gaddafi.
"O dinheiro era sujo demais para passar despercebido. Um casal que vivia em Limoges (centro) foi detido no início de outubro com US$ 20 mil em notas mofadas e já tinha vendido o dobro em poucos meses", revelou a reportagem.
A descoberta decorreu de uma investigação de 10 meses que rastreava a lavagem de dinheiro do ex-chefe de Estado, que teria sido roubado durante o bombardeio do banco de Benghazi.
O evento ocorreu em 2017, em meio à guerra civil na Líbia, quando o exército nacional líbio, numa tentativa de tomar a cidade, criou uma confusão entre os rebeldes opositores, que invadiram o controle do banco central. Ao entrarem no cofre, acharam US$ 160 milhões em dinheiro vivo.
O Le Parisien explicou que esse valor foi fabricado a pedido Gaddafi em 2010 na Alemanha, mas não se sabe o motivo. "Jamais saberemos para quem eram destinados esses euros", afirmou uma fonte próxima à investigação.
Apenas se sabe que "eles eram usados para comprar armas e equipamentos. Esse dinheiro também foi desperdiçado rapidamente ou foi colocado em outros bancos", declarou outra fonte.
Metade desses US$ 160 milhões se encontravam em bom estado. Já a outra metade sofreu com o bombardeio da cidade, que ativou o sistema de segurança do banco. 80 milhões de notas ficaram encharcadas por meses, levando-as a mofar.
Depois de parte do dinheiro ter sido vendido, as notas mofadas começaram a circular na Alemanha e na Europa. Em 2019, o uso dessas notas foi proibido. "Os bancos foram obrigados a rejeitar este dinheiro, mas algumas contas poderiam ser aprovadas apesar deste aviso, porque nem todos os agentes estavam necessariamente vigilantes ao fazer pequenos depósitos."