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Notícias / Arqueologia

Carga de metais em naufrágio revela antiga rota comercial da Idade do Bronze

Embarcação localizada na Turquia continha metais suficientes para produzir cerca de 11 toneladas de bronze

Redação Publicado em 07/12/2022, às 15h32

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Arqueólogo mergulhador segurando grande placa de cobre encontrada em naufrágio - Divulgação/Texas A&M University/Cemal Pulak
Arqueólogo mergulhador segurando grande placa de cobre encontrada em naufrágio - Divulgação/Texas A&M University/Cemal Pulak

Um naufrágio descoberto em 1982 intrigou arqueólogos da época por abrigar, consigo, uma preciosa e grandiosa carga de metais, datada do final da Idade do Bronze. O achado aconteceu na costa leste de Uluburun, onde se encontra hoje a Turquia.

De acordo com a Revista Galileu, a embarcação continha cobre e estanho suficientes para produzir cerca de 11 toneladas de bronze. Porém, descobertas recentes — publicadas na edição de 30 de novembro da revista Science Advances — puderam apontar não só o destino, como também a origem dos metais encontrados.

Desde sua descoberta, cientistas tentam entender cada dia mais as pessoas e organizações políticas que dominavam a região no fim da Idade do Bronze. Então, graças às tecnologias mais recentes de investigação e análise geoquímica, puderam concluir que um terço do estanho que ali existia se originava de uma mina pré-histórica do Ubequistão — já o restante, de uma antiga mina onde hoje fica a Turquia.

Parece que esses mineradores locais tiveram acesso a vastas redes internacionais e, por meio do comércio terrestre e outras formas de conectividade, conseguiram passar essa importante mercadoria até o Mediterrâneo", explica Michael Frachetti, um dos autores do estudo, em comunicado.
Imagens divulgadas das escavações subaquáticas
Imagens divulgadas das escavações subaquáticas / Crédito: Divulgação/Texas A&M University/Cemal Pulak

Transporte de cobre

De acordo com a Revista Galileu, a absurda quantidade de metais encontrados, que poderiam se tornar até cerca de 11 toneladas de bronze de mais alta qualidade, caso não tivesse se perdido no mar, seria suficiente para equipar até quase 5 mil soldados da Idade do Bronze com espadas e "muitos jarros de vinho", como conta Frachetti.

Na época, os metais eram processados, depois de extraídos, e então derretidos para que pudessem ser transportados em formas padronizadas, chamadas de lingotes. Além disso, os diferentes formatos que os lingotes apresentavam poderiam indicar, ainda por cima, a origem dos metais.

As descobertas atuais ilustram uma sofisticada operação de comércio internacional que incluiu agentes regionais e participantes socialmente diversos que produziram e comercializaram commodities essenciais de terra dura durante a economia política da Idade do Bronze, da Ásia Central ao Mediterrâneo", conclui Michael Frachetti.