O voo MH370 da Malaysia Airlines desapareceu misteriosamente há dez anos com 239 pessoas a bordo — e jamais foi encontrado
Há dez anos, o voo MH370 da Malaysia Airlinesdesapareceu misteriosamente enquanto seguia de Kuala Lumpur para Pequim, com 239 pessoas a bordo. Apesar da realização de uma busca massiva em uma área de 120.000 km² no sul do Oceano Índico, perto da Austrália, considerada a maior operação de busca da história da aviação, a aeronave jamais foi encontrada.
Agora, o governo da Malásia aprovou a retomada das buscas, conforme anunciado nesta sexta-feira pelo ministro dos Transportes, Anthony Loke.
"A proposta de uma operação de busca apresentada pela Ocean Infinity [empresa de exploração dos Estados Unidos] é sólida e merece ser considerada", disse Loke aos jornalistas, conforme informações do portal de notícias O Globo.
Segundo o ministro, em 13 de dezembro, os integrantes do governo malaio "concordaram, em princípio, em aceitar a proposta da Ocean Infinity", empresa sediada nos Estados Unidos e no Reino Unido, a fim de realizar buscas em uma nova área estimada em 15.000 km² no sul do Oceano Índico.
Era 8 de março de 2014 quando o Boeing 777, de matrícula 9M-MRO, partiu de Kuala Lumpur rumo a Pequim, mas perdeu contato com o solo 40 minutos após a decolagem. A aeronave desviou da rota planejada e voou por mais sete horas antes de desaparecer, dando início a um dos maiores mistérios da aviação moderna.
Apesar de alguns destroços terem sido encontrados ao longo dos anos, nenhum vestígio dos 239 passageiros foi identificado. Após mais de dois anos de buscas, a maior operação marítima da história foi encerrada em 2017 sem respostas definitivas. O relatório oficial, publicado em 2018 por uma equipe internacional de investigadores, confirmou que o avião mudou de rota em direção ao sul, mas não conseguiu determinar a causa do desaparecimento nem encontrou provas que indicassem uma ação intencional dos pilotos.
Entre as teorias mais debatidas está a hipótese de suicídio do comandante. Relatórios indicam que ele teria simulado uma rota semelhante à realizada no dia do incidente em seu simulador pessoal, levantando suspeitas de um ato deliberado.
Outras especulações sugerem que o avião foi abatido por engano durante um exercício militar dos EUA no Mar do Sul da China ou até mesmo sequestrado e levado secretamente para a base militar de Diego Garcia. Outra teoria envolve a Rússia, que supostamente teria sequestrado a aeronave como demonstração de poder durante a crise na Crimeia.
No entanto, uma teoria científica mais recente sugere que o piloto tentou um pouso controlado no Oceano Índico. Segundo o cientista australiano Vicent Lyne, do Instituto de Estudos Marinhos e Antárticos da Universidade da Tasmânia, o avião teria pousado suavemente na água, semelhante ao pouso de emergência no Rio Hudson em 2009. Ele acredita que a aeronave repousa em uma região profunda e remota, cercada por cristas oceânicas, fora das áreas já investigadas, e defende que essa localização merece prioridade nas próximas buscas.