Vítimas eram atraídas ainda em São Paulo e enviadas para a Itália em esquema de prostituição
Nesta terça-feira, 11, a polícia italiana prendeu 11 brasileiros acusados de escravizarem mulheres transgênero para práticas de prostituição. A operação que culminou na detenção do grupo foi feita pela Polícia de Estado, que executou mandatos em diversas partes do país.
Os detidos estão sendo acusados dos mais variados crimes, aponta a agência ANSA, como formação de quadrilha voltada à escravidão, favorecimento de imigração clandestina de compatriotas e até de tráfico de seres humanos.
Investigações apontam que o grupo tinha base na cidade de São Paulo, onde um membro era responsável por atrair e aliciar mulheres trans. Desta forma, elas já eram ordenadas para centros de prostituição na própria capital paulista,
Tempos depois, assim que essas mulheres obtivessem o visto e passagens aéreas, elas eram deslocadas até a Itália, onde eram recepcionadas por outros membros da quadrilha em um aeroporto de Milão. Os criminosos emitiam uma declaração falsa de hospedagem para facilitar a entrada das vítimas no país.
As mulheres trans eram posteriormente enviadas para a cidade de Nápoles e, a seguir, à comuna de Castel Volturno. Por lá, as vítimas eram escravizadas e tinham seus celulares confiscados para serem impedidas de se comunicarem com outras pessoas.
Elas eram obrigadas a se prostituírem nas ruas e o dinheiro obtido era enviado ao líder do grupo — para arcar com a 'dívida' que elas fizeram para conseguirem a viagem à Itália. O dividendo sempre era superior a 10 mil euros.