Nascida antes do avião e da TV, a supercentenária Deolira Glicéria busca reconhecimento como a pessoa mais velha do mundo
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Giovanna Gomes Publicado em 10/03/2025, às 13h54
Deolira Glicéria Pedro da Silva, uma verdadeira viajante do tempo, celebra nesta segunda-feira, 10, seus 120 anos de vida. Nascida em 1905, antes do voo do 14 Bis, do primeiro Campeonato Carioca e da invenção da televisão, a senhora viu o mundo se transformar radicalmente ao longo de sua longa jornada.
A comemoração, que acontecerá em sua casa no bairro Frigorífico, em Itaperuna, no Noroeste Fluminense, promete ser grandiosa. Afinal, Deolira é mãe de três filhos, avó de 20 netos, bisavó de 40 bisnetos e tataravó de 37 tataranetos. A família carinhosamente a apelidou de "Terror do INSS", tema de seu aniversário de 117 anos, e ainda não definiu o tema para a celebração dos 120 anos.
Apesar da idade impressionante, a brasileira ainda não figura no topo do ranking mundial das pessoas mais longevas. Para isso, ela precisa do reconhecimento do Gerontology Research Group, instituição científica que valida a idade dos supercentenários. Sua compatriota Inah Canabarro Lucas, quatro anos mais jovem, ocupa atualmente a posição.
Para ter sua idade reconhecida, Deolira precisa apresentar um documento adicional, o registro de batismo. A tarefa não é fácil, já que os documentos originais se perderam em uma enchente em 1977. O médico Juair Abreu Pereira, que acompanha a carioca há três anos, está empenhado em encontrar o registro em igrejas da região, incluindo a Paróquia da Imaculada Conceição, em Tombos, Minas Gerais.
A busca por documentos é dificultada pela falha de memória de Deolira, que não caminha e apresenta perda auditiva. No entanto, sua saúde é considerada excelente, e ela não faz uso de medicamentos para comorbidades. Segundo o médico, a religiosidade e a alimentação saudável são alguns dos segredos da longevidade.
A neta, Leida Ferreira, de 65 anos, conta que sua avó era filha de lavradores e só deixou a roça após ficar viúva, por volta dos 80 anos. A perda do filho caçula, Manoel Pedro, aos 75 anos, foi um dos momentos mais difíceis de sua vida.
Segundo 'O Globo', apesar das dificuldades, Deolira continua a celebrar a vida ao lado de sua família. Em breve, ela se tornará tataravó novamente, com o nascimento do filho de sua trineta.
