Reconhecido por abater 80 de seus inimigos, o combatente tornou-se o maior piloto de caça da Primeira Guerra Mundial
Conhecido mundialmente como Barão Vemelho, o piloto Manfred von Richthofen foi um dos maiores aviadores da História. Ícone militar da Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial, ele teve o maior número de vitórias em campo no conflito, com um total de 80.
Sua fama é tão grande que ele não apenas era famoso na própria Alemanha, onde é tratado como herói militar, mas também teve admiradores entre as potências inimigas.
Conheça 10 fatos curiosos sobre o importante militar alemão.
Manfred von Richthofen nasceu em uma pequena cidade chamada Kleinburg, que pertencia à Alemanha mas hoje fica na Polônia. Filho de uma família de aristocratas prussianos de longa data, herdou o título de Freiherr, posição da baixa nobreza, que pode ser traduzida como “senhor livre” ou “barão”.
O barão se alistou no exército dois anos do início da Primeira Guerra, sendo que inicialmente ele adentrou ao corpo de batedores montados da cavalaria alemã, por quem serviu em diversos fronts.
Porém, com a pressão feita à Alemanha pelas forças da Entente, a cavalaria foi transferida para as trincheiras, ao lado da infantaria. Em negociação com o comando de guerra, fugiu e ingressou no corpo aéreo, onde ficou famoso.
A primeira batalha aérea de Von Richthofen nunca teve as baixas contabilizadas. O barão era artilheiro traseiro da aeronave e, na época, abateu um biplano francês que caiu no território inimigo de Champagne.
Como a aeronave oponente não foi capturado pelas forças alemãs, a morte dos tripulantes não foi registrada pelas contagens oficiais. Tampouco foram os óbitos na segunda batalha do aviador, em 1916, quando um caça francês foi fuzilado pelo seu bombardeiro, o Albatross C. III, que caiu em território inimigo.
A primeira vitória celebrada por Richthofen ocorreu em 1916, quando, após ser transferido para o combate aéreo, ele derrubou um avião britânico e pediu uma taça de prata com a data (17 de setembro) e o modelo derrubado (F.E. 2b) gravados. O ato tornou-se um hábito do alemão, que pedia um cálice de prata para cada vitória, até que isso se tronou inviável, pela falta do minério na Alemanha, devastada pela guerra.
Manfred ascendeu em sua carreira rapidamente, sendo notado pelo comando do exército por suas façanhas militares. No mesmo ano em que se tronou aviador, ganhou o Blue Max, ou Pour la Mérite, alta condecoração prussiana. Passou a assumir posições de comando, tornou-se o piloto mais famoso do país. Aos 24 anos, já era líder de seu esquadrão.
Von Richthofen ficou famoso na história junto a seu avião de tripla asa, o Fokker Dr.I. No entanto, essa aeronave apenas tornou-se veículo de guerra do barão nos últimos meses de sua vida. Sabendo de sua fama, ele passou a pintar a aeronaves de vermelho, ganhando diversos apelidos como Cavaleiro Vermelho, Diabo Vermelho, Pequeno Vermelho, até se tornar o notório Barão.
Em 1917, o Barão Vermelho sofreu um grave acidente e ficou hospitalizado. Nesse tempo, ele escreveu uma autobiografia (controversa por ser engrandecedora e arrogante), publicada como 'Der rote Kampffliegeri' ("O aviador de batalha vermelho", em uma tradução livre), que tornou-se uma das mais vendidas na Alemanha. Depois, Richthofen se sentiu envergonhado pela autoexaltação feita em seu livro, desejando editá-lo. Todavia, não teve tempo suficiente para isso.
Richthofen foi morto em ação em 1918, perto de Somme. Durante o episódio, ele perseguia o jovem canadense Wilfred May, que estava num avião da frota inimiga, quando foi atingido no torso. Ele conseguiu pousar sua aeronave, mas morreu no campo de batalha devido o ferimento.
O cadáver do Barão Vermelho caiu em mãos inimigas, e foi entregue ao esquadrão de caças da Austrália. Os adversários, entretanto, o enterraram com todas as honrarias militares e com uma pomposa cerimônia que o agraciava como herói de guerra. Seu avião foi repartido em pedaços que se tornaram troféus e lembranças. Somente em 1925, seu corpo foi repatriado e enterrado na Alemanha.
Com seu avião repartido em diversos troféus, muito da aeronave se perdeu. O seu assento, porém, foi recuperado e entregue ao Instituto Militar Real Canadense, onde é exibido até os dias atuais, junto à ponta de uma das asas.