Governo elaborou projeto na tentativa de diminuir trânsito na região, todavia os ativistas acreditam que isso causará danos ao monumento de 5.000 anos
O governo do condado de Wiltshire, na Inglaterra, planeja construir um túnel que passará por baixo do famoso Stonehenge, a fim de diminuir o tráfego da via mais próxima, que se transforma num caos durante feriados e finais de semana, devido à massa de turistas que visitam o monumento de pedra. As informações são do Daily Mail.
Contudo, a decisão encontrou resistência de ativistas britânicos. O túnel não teria contato direto com as famosas pedras, contudo, as entradas foram planejadas dentro do famoso sítio.
Assim, especialistas, como arqueólogos e ambientalistas, a construção desse túnel poderia causar danos ao patrimônio histórico. A ideia do projeto do governo foi inclusive comparada a “cavar sob as pirâmides”.
“O governo ignorou o conselho tanto da UNESCO quanto do painel independente que presidiu um exame de seis meses. Ter vencido os argumentos com base na razão e evidências, e depois tê-los rejeitado por um capricho ministerial, mostra o quão falho é o processo de aprovação de estradas”, declarou Tom Holland, presidente da The Stonehenge Alliance, de acordo com o portal britânico DailyMail.
O grupo Save Stonehenge World Heritage Site (Ou “Salve a Herança Mundial do Stonehenge”, em tradução livre) contratou um escritório de advocacia e pretende buscar ação legal contra o projeto de construção do túnel.
Sobre Stonehenge
Se os maiores mistérios da arqueologia pudessem ser sintetizados em uma só imagem, seria a das colunas de Stonehenge. Quanto mais se estuda a construção, menos se sabe sobre ela. Pesquisadores debatem a respeito de sua origem exata, sua função e até suas dimensões.
"O apelo de Stonehenge é enorme", diz o historiador Julian Thomas, então diretor do Stonehenge Riverside Project. "Há mais de um século, muitas pessoas se reúnem ali para celebrar o solstício de verão (o dia mais longo do ano)."
Há seis fases conhecidas de construção do local, estimadas entre 3000 a.C. e 1520 a.C. - a primeira ainda usava estacas de madeira e a última deixou o legado que conhecemos. Para isso, acredita-se que as pedras de até 50 toneladas tenham sido levadas por uma distância de 30 km (alguns geólogos, porém, defendem que elas estavam mais próximas).
Entre os séculos 17 e 18, ele foi considerado um templo druida, ideia superada, assim como a de que ajudaria a prever eclipses. O lugar já foi considerado também ponto de encontro das tribos da região (que tem registros humanos há pelo menos 10 mil anos). Mas a hipótese mais aceita é a mais antiga - a de que servia para homenagear os mortos. "De fato, há restos humanos", afirma Thomas.