Segundo a agência Ecclesia, Macomia, no norte do pais, foi aniquilada ao longo de três dias, resultando em um estado de "barbárie"
Segundo informações da agência portuguesa Ecclesia, um ataque de um grupo armado jihadista deixou o distrito de Macomia, no Norte de Moçambique, reduzido a cinzas. O relato veio das Irmãs Carmelitas Teresas de São José , que disseram em comunicado que o estado foi de “barbárie”, deixando a zona urbana “totalmente destruída”.
O comunicado com a fala das irmãs foi emitido pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS). No informe, a irmã Blanca Nubia Castaño contou que "a maioria das infraestruturas do Estado" foram danificadas. A zona rural também foi devastada.
O ataque, que ocorreu na madrugada do dia 28 de maio, durou um total de três dias, matando um número de pessoas ainda não divulgado. No dia 4 de junho, as freiras foram à cidade, mesmo que os riscos ainda não tivessem passado. “Decidimos visitar, encorajar e ajudar pelo menos os nossos trabalhadores e as suas famílias”, disse a irmã Castaño.
Por questões de segurança, no entanto, a Missão das Irmãs Carmelitas Teresas retornou no dia 7 de junho, deixando Macomia. Elas trabalham no distrito há 16 anos, sobretudo na área da educação.
Macomia fica na província de Cabo Delgado. Segundo a Agência Lusa, essa é a província com maior investimento privado na África para a exploração de gás natural. Além disso, é uma região vítima de ataques terroristas desde outubro de 2017. Os episódios são reivindicados há um ano pelo grupo Estado Islâmico.
Estima-se que, até 2019, o saldo dessa jihad tenha sido de pelo menos 300 civis mortos. Muitos cidadãos foram decapitados, dezenas de aldeias apagadas do mapa e milhares de pessoas foram deslocadas.