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Notícias / Arqueologia

Arte rupestre mais antiga de todos os tempos pode ter sido encontrada na Espanha

Marcações teriam sido feitas por humanos, provavelmente, há mais de 200.000 anos; transformando a compreensão sobre a presença humana na Europa

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 25/03/2025, às 11h50

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Possível arte rupestre mais antiga de todos os tempos - Conselho Municipal de Marbella
Possível arte rupestre mais antiga de todos os tempos - Conselho Municipal de Marbella

Na Espanha, arqueólogos descobriram aquela que pode ser a mais antiga arte rupestre já conhecida. As representações teriam sido feitas por humanos, provavelmente, há mais de 200.000 anos — o que pode transformar a compreensão sobre a presença humana na Europa.

De acordo com os pesquisadores, a descoberta trata-se de um simples desenho gráfico em forma de "X", feito em um bloco de pedra encontrado durante uma escavação arqueológica no sítio de Coto Correa, no distrito de Las Chapas, no município de Marbella, no sul da Espanha.

Conforme relata o The Independent, anteriormente, o local já havia sido escavado, quando os pesquisadores encontraram algumas das ferramentas de pedra mais antigas encontradas na Europa, datadas do início do Paleolítico.

Posteriormente, os arqueólogos também localizaram mais ferramentas de pedra antigas feitas pelo homem, o que ajudou a datar o local. Uma dessas descobertas inclui um bloco gigante de pedra encontrado em 2022, que se destaca com gravuras de linhas simples.

Essas marcações confirmam a presença dos colonos no sul da Espanha, durante o Paleolítico Médio Inferior. "Um período pouco conhecido na Espanha e sem precedentes na província de Málaga", apontam os pesquisadores, repercute o Independent.

Segundo os estudiosos, as gravuras na pedra também podem ser as mais antigas esculturas conhecidas feitas por humanos.

A mais antiga arte rupestre?

Até o momento, as primeiras ferramentas de pedra conhecidas do local datam entre 1.500.000 atrás até 100.000 a.C., o que confirma a presença de humanos pré-históricos na região de Marbella — no mesmo período em que os humanos modernos começaram a migrar para fora da África.

Já as análises iniciais no bloco gigante de pedra sugerem que as marcações teriam sido feitas há cerca de 200 mil anos — sendo, provavelmente, mais de 100.000 anteriores à mais antiga arte rupestre conhecida.

"Esta pedra única, que contém um conjunto de representações gráficas da origem humana, pode ser 100.000 anos mais velha do que as mais antigas representações de arte rupestre", disse o Conselho Municipal de Marbella em um comunicado.

Cientistas estão realizando avaliações adicionais para confirmar a datação da pedra e da escultura. "As técnicas aplicadas para datação absoluta consistem na análise de quartzo de diferentes amostras de sedimentos, o que permitirá uma cronologia precisa das amostras", relatou a prefeitura.

Os pesquisadores também esperam realizar uma digitalização 3D de alta resolução da rocha para obter uma composição virtual do conjunto de marcas. "Isso permitirá que toda a superfície seja estudada com o máximo de detalhes, permitindo a identificação de marcas de trabalho e elementos gráficos", explicou a Câmara Municipal de Marbella.

Os arqueólogos suspeitam que os humanos da Idade da Pedra que fizeram essas marcações, muito provavelmente, faziam parte de uma onda inicial de migrantes humanos que deixaram a África e seguiram para a Europa.

Assim, caso a marcação seja confirmada como a mais antiga arte rupestre feita pelo homem, o sítio de Coto Correa pode se tornar essencial para entender a migração e o assentamento humano em todo o continente.