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Notícias / Múmia

Arqueólogos reencontram tumba com múmia de homem próximo a faraó no Egito

Tumba de 4,4 mil anos foi encontrada pela primeira vez há mais de um século, mas camadas de areia acabaram ocultando o local com o passar do tempo

por Giovanna Gomes
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Publicado em 06/10/2023, às 12h08 - Atualizado em 08/10/2023, às 10h13

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Câmara funerária com o sarcófago do oficial egípcio - Divulgação/P. Košárek
Câmara funerária com o sarcófago do oficial egípcio - Divulgação/P. Košárek

O Instituto de Egiptologia da Faculdade de Filosofia da Universidade Carolina em Praga tornou público o resultado da exploração de uma tumba que pertencia a um oficial egípcio chamado Ptahshepses. Os vestígios mumificados desse indivíduo, que viveu entre os séculos 24 e 25 a.C., foram encontrados no local.

A revelação da descoberta notável foi anunciada no dia 25 de setembro por meio do perfil do instituto no Facebook. De acordo com a revista Galileu, a pesquisa que levou a essa descoberta ocorreu ao longo dos anos de 2022 e 2023 no sítio arqueológico localizado entre os campos de pirâmides de Abusir e Saqqara, no Egito.

A tumba em questão foi descoberta pela primeira vez pelo estudioso francês Auguste Mariette, cerca de 160 anos atrás. Mariette também identificou as "portas falsas" de Ptahshepses, elementos que, de acordo com a crença egípcia da época, simbolizavam a passagem do falecido entre a tumba e a vida após a morte.

Essas portas continham um relato detalhado da carreira de Ptahshepses como funcionário público, desde sua educação na corte do último governante de Gizé, Menkaure, até seu casamento com Chamaat, a filha do faraó Userkaf, fundador da Quinta Dinastia dos Reis Solares.

Esse casamento representa a primeira referência conhecida pelos arqueólogos a um funcionário não pertencente à realeza que se casou com uma princesa na história egípcia.

Parte frontal leste da tumba do oficial egípcio / Crédito: Divulgação/M. Bárta

Além disso, Mariette também havia encontrado uma inscrição originalmente localizada acima da entrada da tumba, fazendo referência a um dos primeiros cultos ao deus do julgamento, Osíris. Essa descoberta é particularmente notável, pois Ptahshepses desempenhou um papel na introdução desse famoso deus da vida após a morte no panteão egípcio.

Redescoberta

Os artefatos escavados por Auguste Mariette na tumba estão atualmente em exposição no Museu Britânico, na Inglaterra. No entanto, por muitos anos, o local de enterro permaneceu oculto sob as camadas de areia.

A busca pela tumba de Ptahshepses envolveu vários anos de trabalho árduo e foi possível graças a imagens de satélite detalhadas da região e ao estudo de mapas antigos, como explicou Miroslav Bárta, líder da equipe de pesquisa em Abusir.

Durante as escavações realizadas em 2022, a mastaba, uma estrutura retangular típica dos túmulos egípcios com 42 metros de comprimento e 22 metros de largura, foi exposta e documentada. Também foi encontrada uma capela bem preservada com decorações pintadas na entrada, dois espaços destinados a estátuas, além de um longo corredor de acesso.

Câmara funerária

Um ano depois, a equipe teve acesso à câmara funerária, que, apesar de ter sido saqueada na antiguidade, ainda continha partes do equipamento funerário original, o que inclui cerâmica, restos de oferendas votivas, jarros canópicos e um peixe mumificado.

Como destacou a fonte, a entrada da câmara era um corredor inclinado que conduzia a uma grande pedra de calcário que bloqueava o local original. Dentro de um sarcófago parcialmente aberto, encontrava-se a múmia de Ptahshepses, que repousava de costas.

A análise da múmia confirmou uma idade relativamente avançada para o oficial, de acordo com o que foi registrado nas portas falsas. Estimativas dos antropólogos sugerem que Ptahshepses faleceu com, pelo menos, 65 anos de idade.

A redescoberta da tumba de Ptahshepses configura uma das maiores descobertas recentes na pesquisa arqueológica egípcia e ainda há muito a ser explorado, com a expectativa de novas descobertas que lançarão luz sobre sua família e a época em que viveu, como destacou Miroslav Bárta.