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Notícias / Arqueologia

Arqueólogos encontram a caneta mais antiga da Irlanda

Descoberto em um forte medieval, o artefato representa uma literatura secular do período no país

Pedro Paulo Furlan, sob supervisão de Pamela Malva Publicado em 16/12/2021, às 17h00

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Caneta feita de osso e cobre descoberta na Irlanda - Divulgação / Michelle Comber
Caneta feita de osso e cobre descoberta na Irlanda - Divulgação / Michelle Comber

Na última semana, em 09 de dezembro, arqueólogos descobriram a caneta de tinta mais antiga na história da Irlanda, datada de meados do século 11 e criada a partir de um tubo de osso e uma ponta de liga de cobre. Liderado pela profissional Michelle Comber, o time encontrou o artefato no forte medieval de Caherconnell.

A caneta encontrada é composta de um material mais sólido que as canetas de pena que associamos com a época medieval. Assim, os profissionais acreditam que o instrumento poderia servir para outros tipos de caligrafia.

Teria funcionado muito bem para traçar linhas mais retas e finas, para, por exemplo, desenvolver a moldura de uma página”, narrou historiador e especialista Tim O’Neill, que fez parte da descoberta.
Visão distante do forte medieval de Caherconnell - Créditos: Divulgação / Michelle Comber

Segundo a cobertura da publicação Smithsonian Magazine, grande parte dos artefatos de escrita encontrados na Irlanda, e na Europa em geral, são conectados à Igreja Católica e atividades religiosas. A presença da caneta no forte, no entanto, pode simbolizar uma rica existência de produção secular na região.

Caherconnell é um símbolo da história irlandesa, estando em uso por mais de 700 anos, entre os séculos 10 e 17, e contando com achados arqueológicos extremamente preservados, que podem, por sua vez, revelar cada vez mais sobre a formação da Irlanda atual, como aponta um comunicado no site do Projeto Arqueológico de Caherconnel.

As escavações estão começando a construir uma figura de como a vida desenvolveu-se em uma parte da Irlanda quase intocada por grupos invasores como os Vikings e Anglo-normandos. A riqueza e excelente preservação dos registros arqueológicos desta região tem um potencial enorme”, narrou o projeto.