A maior parte da embarcação já se decompôs, contudo, estudiosos continuam procurando por formas de construir uma réplica do mesmo
Ainda neste mês, uma quipe de arqueólogos noruegueses pretendem concluir a escavação de um navio viking que foi enterrado em Gjellestad, sudeste de Oslo. A última escavação desse tipo na Noruega aconteceu há cerca de 100 anos.
A descoberta foi feita através do uso de um radar de penetração no solo (GPR), que revelou a construção enterrada de cerca de 19 metros de comprimento e 5 metros de largura.
O arqueólogo Dr. Knut Paasche, que está trabalhando no caso, relatou que a maior parte do navio já se decompôs, no entanto, ele acredita que a partir do layout da embarcação, a equipe será capaz de construir uma réplica igual.
Acredita-se que o navio guerreiro em Gjellestad data do período viking pré-cristão, entre os anos de 750-850 DC, confirmou Paasche, do Instituto Norueguês para Pesquisa do Patrimônio Cultural (Niku), em reportagem da BBC.
"Ainda não sabemos se era um barco a remo ou a vela. Outros, como os navios Gokstad e Tune, combinavam remo e vela", relatou. O estudo da quilha também será essencial e, segundo o estudioso: "a quilha parece muito diferente das outras, o que é realmente emocionante".
Gjellestad na verdade ocupa a área de um grande cemitério que exibe até 20 túmulos e a famosa Jell Mound, que data da Idade do Ferro Romana (1-400 D.C). Esse monte, que é o segundo maior da Noruega, fica apenas a 100 metros do túmulo do navio encontrado.
No local a lavoura dos fazendeiros do século 19 acabou por nivelar o monte sobre o navio e outros túmulos. Ali também podem ser encontrados vestígios de antigos salões vikings, que eram usado para cerimônias e festivais.
O Sr. Rodsrud, associado do Museu de História Cultural da Noruega, contou à BBC que "o navio claramente se relaciona com os túmulos mais antigos e especialmente o grande Jell Mound - é claro que os vikings queriam se relacionar com o passado".
Ainda segundo ele, o navio poderia ter sido enterrado para celebrar algum rei, rainha ou "conde": "Tenho certeza de que esta sociedade tinha contatos distantes, e a pessoa enterrada no navio pode ter viajado longas distâncias", explicou o especialista.
Até o momento, a equipe conseguiu encontrar restos de um grande animal - que seriam provavelmente de um cavalo ou touro - no lugar da sepultura do navio, porém nenhum osso humano foi achado.
Sobre os vikings
A civilização viking é originária da região da Escandinávia, que hoje em dia corresponde a Suécia, a Dinamarca e a Noruega. Conhecidos como nórdicos ou normandos, os vikings construíram uma vasta cultura que chegou ao seu apogeu entre os séculos 8 e 11.
Com um vasto comércio marítimo, os vikings são referência de civilizações que se desenvolveram a partir de atividades agrícolas e artesanato.
Além disso, são lembrados pelas expansões marítimas que atingiram diversos territórios, dentre eles Inglaterra, Escócia, norte da França, Rússia, Irlanda, Islândia, Groenlândia. Já no ano 1000, se estabeleceram na América do Norte, em uma pequena colônia localizada na região do Canadá.