Fundador da banda 'Os Mutantes' Arnaldo Baptista celebra 76 anos com uma exposição individual na Casa Slamb, em São Paulo
Alinhada com a "Ação Celebrativa Arnaldo Baptista 7.6 – 76 Anos, 76 Obras", a CaSa SLAMB apresenta "Gurum Gudum – Entre Fadas e Travesseiros Travessos", exposição de Arnaldo Baptista.
A mostra contará com 76 pinturas em acrílico e mixed media sobre papelão paraná, de 32x40 cm, produção iniciada durante a pandemia. As obras estão à venda na galeria virtual de Arnaldo, por R$ 3.800,00 cada. A mostra trará, ainda, cinco telas.
Na abertura, no dia 12 de dezembro, será realizada uma oficina de arte com crianças de 3 a 12 anos, quando terão a oportunidade de experimentar diferentes materiais e criar juntas, em uma troca artística que celebra a relação de Arnaldo com o universo lúdico, tanto em canções como “Gurum Gudum”, quanto em suas obras visuais.
O nome vem de duas referências: “Gurum Gudum”, uma música de Arnaldo do álbum Let It Bed (2004), inspirada numa canção que seu avô cantava para ele quando criança, e “Entre Fadas e Travesseiros Travessos”, que remete a um comentário de Arnaldo sobre seu processo criativo durante a criação das ilustrações para O Mágico de Oz, edição Antofágica (2023).
Segundo Artur Slama, curador da CaSa SLAMB para esta exposição, “A arte de Arnaldo traz uma energia, algo que expande, pulsa, que vitaliza o corpo, a alma e o espírito. Nos leva para outras esferas e regiões, que incorporam o ser em formas mágicas. O brincar, o jogo, o ser criança eterna, ‘Peter Pan’, a explosão da presença, super novas, a habilidade de transpor o invisível em cores e movimentos, transmutam o que existe de essência entre o que vive a CaSa SLAMB e o que transborda em Arnaldo Dias Baptista – seu Exorealismo, sintonizado em uma antena que atinge universos e reverbera em infinitos.”
“Na obra pictórica de Arnaldo, a fusão de realidades transforma o comum em algo fantástico – o corpo humano em paisagem, a paisagem em travesseiro, os animais em seres mitológicos, e assim sucessivamente –, até que a ciência se transmute em misticismo e, finalmente, de volta em ciência.” diz Roger Valença, que assina o texto curatorial. Roger divide a curadoria da exposição com Lucas Velloso.
Conhecido principalmente por sua grande influência na música jovem brasileira, Arnaldo Dias Baptista se revelou como artista visual desde os anos 80, criando mais de 3 mil obras em diferentes suportes.
Esta exposição também tem o objetivo de impulsionar o processo de catalogação desse acervo e estimular curadores, museus e galerias a desenvolverem novos projetos a partir de uma visão mais ampla e informada sobre o cosmos onde habitam estas obras e seu autor.
“Arnaldo desenvolve sua produção visual como um homem-artista liberto em relação à sua época, realidade, normas, técnicas e gosto de seu tempo. Acima de tudo, Arnaldo é contemporâneo e sua produção expressa o sumo de sua relação com o mundo”, escreveu Mariana Coggiola, curadora de Uma Pessoa Só, 4ª exposição individual de Arnaldo, no Epicentro Cultural (2015), em São Paulo.