De acordo com novo relatório, crianças abaixo de 11 anos teriam recebido doses adultas até dezembro de 2021
Após o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, ordenar que o Ministério Público fiscalize a vacinação de crianças, na última quarta-feira (19), um levantamento de dados da RNDS (Rede Nacional de Dados em Saúde) divulgado no mesmo dia, levantou a suspeita que mais de 50 mil crianças receberam doses erradas da vacina.
No entanto, os dados não englobam o mês de janeiro ou sequer o período após a liberação desta imunização, parando em dezembro de 2021. A tabela foi apresentada ao STF e informa o que pode acontecer caso falhe a fiscalização das vacinas permitidas pelo PNO (Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19).
De acordo com a cobertura do portal de notícias R7, a Advocacia-Geral da União (AGU) apontou que os números vieram dos próprios estados e podem conter erros, porém, ações estão sendo tomadas para corrigir o problema e garantir a segurança deste novo momento da imunização infantil no Brasil.
“Os indícios aqui coligidos sugerem, de forma ostensiva, que as diretrizes da Anvisa e do PNO podem estar sendo sistematicamente descumpridas em diversos entes federativos brasileiros quando da aplicação de vacinas contra a Covid-19 em menores de 18 anos”, AGU escreveu em nota oficial.
Apenas a vacina da Pfizer, com um terço da dose adulta, fora sido autorizada para crianças entre 5 e 11 anos, no entanto, mais de 14,5 mil crianças e adolescentes até 17 anos teriam recebido doses da AstraZeneca, outras 20 mil da CoronaVac e mais 1.200 da Janssen, segundo o relatório da RNDS.
Após a revelação deste relato, o Ministério Público Federal exigiu do Ministério da Saúde explicações, pedindo a contextualização de tópicos como em que locais exatamente as vacinas foram utilizadas de maneira irregular e se estes dados haviam sidos discutidos anteriormente à liberação da imunização infantil, em 4 de janeiro.