O advogado apontou anacronismo na fala do militar, que havia dito que a apreensão do celular de Bolsonaro poderia "ter consequências imprevisíveis"
O general da reserva Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, publicou uma nota nesta sexta-feira, 22, em que ataca um pedido de apreensão do celular do presidente Jair Bolsonaro, ao dizer que isso poderia "ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional".
Em resposta ao posicionamento de Heleno, o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, apontou anacronismo na fala do militar. "General Heleno, as instituições rechaçam o anacronismo de sua nota. Saia de 64 e tente contribuir com 2020, se puder. Se não puder, #fiqueemcasa" escreveu hoje Santa Cruz.
@gen_heleno, as instituições democráticas rechaçam o anacronismo de sua nota. Saia de 64 e tente contribuir com 2020, se puder. Se não puder, #ficaemcasa. https://t.co/vuC60jd2Hh
— Felipe Santa Cruz (@felipeoabrj) May 22, 2020
Vale lembrar ainda que na nota de Heleno, o general diz que "o pedido de apreensão do celular do Presidente da República" é inconcebível. O militar descreveu ainda que aquilo seria uma "afronta à autoridade máxima do Poder Executivo e uma interferência inadmissível de outro Poder".
Veja a nota do general Augusto Heleno na íntegra:
NOTA À NAÇÃO BRASILEIRA
O pedido de apreensão do celular do Presidente da República é inconcebível e, até certo ponto, inacreditável.
Caso se efetivasse, seria uma afronta à autoridade máxima do Poder Executivo e uma interferência inadmissível de outro Poder, na privacidade do Presidente da República e na segurança institucional do país.
O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República alerta as autoridades constituídas que tal atitude é uma evidente tentativa de comprometer a harmonia entre os poderes e poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional.