No último domingo, 18, o presidente Lula comparou em entrevista coletiva a repressão de Israel contra palestinos com o Holocausto da Alemanha nazista
Nesta semana o coletivo Vozes Judaicas por Libertação publicou uma carta aberta em apoio ao presidenteLuiz Inácio Lula da Silva (PT), que se tornou alvo de intensas críticas por suas falas sobre o ataque de Israel contra palestinos na Faixa de Gaza, que se estende desde outubro do ano passado.
No último domingo, 18, em uma entrevista coletiva na Etiópia, Lula afirmou que as ações das forças militares de Israel contra a Faixa de Gaza são similares ao Holocausto promovido pela Alemanha nazista contra os judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus", disse o presidente brasileiro.
Após esta declaração, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, anunciou que Lula é tido como "persona non grata" no país. Este termo jurídico é utilizado no meio das relações internacionais para se referir a um oficial estrangeiro que não é bem-vindo, conforme repercutido pelo jornal Brasil de Fato.
Para os membros do coletivo Vozes Judaicas por Libertação, não é possível hierarquizar genocídios, pois “a experiência vivenciada por cada povo afetado é inigualável”. Contudo, "a contradição de o povo judaico ser ora vítima e agora algoz é palpável, tenebrosa e desalentadora. Lula externou o que está no imaginário de muitos de nós".
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O grupo também afirmou que “enquanto coletivo de judias e judeus, temos antepassados que foram vítimas do Holocausto nazista, e entendemos que nosso imperativo ético é nos posicionarmos contra o genocídio do povo palestino e contra a utilização da nossa defesa como justificativa”.
O Estado de Israel não trouxe emancipação verdadeira aos judeus, pois a sua existência é mantida às custas da negação da autodeterminação dos palestinos. As lideranças israelenses seguem promovendo um massacre contra palestinos e ainda ameaçam a vida de judeus e judias em todo o mundo. Israel representa hoje a maior fonte de insegurança para todos os judeus do planeta ao usar nossa identidade como fachada e justificativa para sua campanha de terror.”, completou o coletivo em sua carta.