A campanha de arrecadação para Luigi Mangione, acusado de assassinar o CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, já ultrapassou R$ 1,9 milhão
A campanha de arrecadação para Luigi Mangione, acusado de assassinar o CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, já ultrapassou R$ 1,9 milhão (cerca de US$ 340 mil). Criado na plataforma GiveSendGo, o fundo foi impulsionado por apoiadores que alegam não celebrar a violência, mas "defender o direito do engenheiro a uma defesa legal justa".
O crime, ocorrido em 4 de dezembro em Nova York e registrado por câmeras de segurança, reacendeu debates sobre o sistema de saúde dos EUA, frequentemente criticado por sua desigualdade e altos custos.
Mangione, de 26 anos, sofria de dores crônicas nas costas, segundo amigos e postagens em redes sociais, embora não esteja claro se isso teve relação com o crime. Em comunicado, a UnitedHealthcare afirmou que ele não era cliente da empresa e que 90% dos pedidos de reembolso médico feitos à seguradora são aprovados.
"Importante destacar que, entre aquelas solicitações que requerem análise adicional, cerca de 0,5% são devido a razões médicas ou clínicas. Informações altamente imprecisas e grosseiramente enganosas têm sido divulgadas sobre o tratamento de reivindicações de seguros pela nossa empresa", afirmou a companhia.
Ainda assim, muitas mensagens deixadas por doadores associam o caso à insatisfação com o acesso à saúde no país. Segundo o jornal Financial Times, um levantamento da YouGov indica que 61% dos americanos têm uma visão negativa das seguradoras, enquanto um estudo do Pew Research Center aponta que a crise na saúde é a segunda maior preocupação da população, atrás apenas da inflação.
As doações recebidas variam de US$ 5 a US$ 5.000 (R$ 29 a R$ 29 mil), sendo a maioria anônima. Entre os apoiadores, há relatos de dificuldades para obter tratamentos médicos, como negativas de exames essenciais e altos custos de consultas.
"Estou fazendo essa pequena doação em nome de meu irmão falecido, que ainda estaria vivo se não fosse pela ganância insaciável do sistema de saúde dos EUA", escreveu um usuário anônimo que doou US$ 5. Outros mencionam atrasos na aprovação de procedimentos e a retirada de benefícios, como o Medicaid.
É minha quarta doação, porque enquanto o governo está tentando tirar o Medicaid de uma pessoa que eu amo e é tetraplégica e depende de respirador, as companhias de saúde estão nos mantendo mais doentes e mais pobres. Esse sistema é uma bagunça, e eu acredito em justiça", relatou um apoiador.
O dinheiro arrecadado será destinado à defesa de Mangione, conduzida por Karen Agnifilo, ex-promotora do estado de Nova York, e por seu marido, Marc Agnifilo, que também representa o rapper Diddy Combs.
O acusado, preso no Metropolitan Detention Center, no Brooklyn, enfrenta processos na Pensilvânia e na esfera federal, onde pode ser condenado à pena de morte por terrorismo.