Descobertos no sítio arqueológico de Çatalhöyük, na Turquia, restos mortais revelam que as residências neolíticas serviam como cemitério na época
Por anos, arqueólogos teorizaram que diversas casas em Çatalhöyük, na Turquia, serviram de cemitério para os moradores da antiga cidade. Agora, graças a um grupo de pesquisadores poloneses, uma pista concreta foi encontrada.
Localizado no sul de Anatólia, o sítio de Çatalhöyük foi ocupado por civilizações entre os anos de 7100 e 6000 a.C.. É sabido que, naquela época, era bastante comum que as pessoas fossem enterradas nas próprias casas.
Nunca foi identificado, no entanto, se os ossos desenterrados no sítio turco pertenciam ao moradores, ou a prováveis indivíduos que foram sepultados nas residências. Foi justamente essa questão que o grupo liderado por Katarzyna Harabasz tentou resolver.
Em artigo científico publicado no portal Nauka w Polsce, os arqueólogos poloneses analisaram os restos mortais de uma mulher de 1,54 metros de altura. Morta aos 35 a 50 anos, ela apresentava vestígios de fuligem nos pulmões.
Segundo os cientistas, a presença de lesões pulmonares causadas pela inalação do fumo pode "indicar que a defunta foi enterrada em sua própria casa". Isso porque as escavações ainda revelaram uma lareira na residência, instalada em um local com má ventilação — a mulher, portanto, convivia diariamente com a fumaça.
Após a descoberta, o time de Katarzyna Harabasz deve continuar explorando a área do sítio arqueológico para encontrar ainda mais pistas. Por sua herança e importância histórica, Çatalhöyük foi inscrito na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO, em 2012.