Pesquisadores encontraram manganês em sedimentos de um lago, revelando possíveis condições de habitabilidade no passado; entenda!
Publicado em 02/05/2024, às 14h56
Uma nova pesquisa conduzida pelo rover Curiosity da NASA revelou a presença de níveis elevados de manganês em rochas do leito de um antigo lago localizado dentro da Cratera Gale em Marte.
Esta descoberta indica a existência de um ambiente no planeta vermelho que, no passado, se assemelhava às condições habitáveis da Terra. Os resultados do estudo foram divulgados em 1º de maio no periódico Journal of Geophysical Research: Planets.
É difícil para o óxido de manganês se formar na superfície de Marte, então não esperávamos encontrá-lo em concentrações tão altas em um depósito de costa", diz Patrick Gasda, principal autor do estudo e pesquisador do Laboratório Nacional de Los Alamos, no Novo México em comunicado.
Ele comparou esse fenômeno com os depósitos terrestres, que são comuns devido ao alto teor de oxigênio na atmosfera, gerado pela atividade fotossintética e por micróbios, que aceleram as reações de oxidação do manganês. Gasda ponderou sobre o significado desse achado, considerando que, se houve vida no antigo Marte, o manganês presente nas rochas teria sido uma fonte de energia útil.
No entanto, o pesquisador ressaltou a falta de evidências de vida em Marte e a incerteza sobre o mecanismo de produção de oxigênio em sua antiga atmosfera, tornando o processo de formação e concentração do óxido de manganês um mistério intrigante.
Os pesquisadores destacaram que as descobertas, realizadas com a câmera Chemistry and Camera (ChemCam) do rover Curiosity, indicam a ocorrência de processos significativos na atmosfera marciana ou na água da superfície, enfatizando a necessidade de mais estudos para compreender a oxidação em Marte.
A ChemCam utiliza um laser para criar um plasma na superfície de uma rocha e analisa a luz resultante para determinar sua composição elementar. A análise das rochas sedimentares exploradas pelo equipamento revelou uma mistura de areia, lodo e argila.
Os cientistas observaram que as rochas arenosas são mais porosas, permitindo maior fluxo de água subterrânea, enquanto as rochas com lama são mais predominantes no leito do lago da Cratera Gale, de acordo com a Galileu.
Os pesquisadores sugeriram que o manganês pode ter se concentrado nas areias devido à infiltração de água ao longo da costa do lago ou na entrada de um delta. Nina Lanza, líder da equipe do instrumento ChemCam, enfatiza:
O ambiente do lago Gale, como revelado por estas rochas antigas, nos dá uma visão de um ambiente habitável que parece surpreendentemente semelhante a lugares na Terra hoje".