Investigação aponta que médico trabalhou em pelo menos 10 hospitais em três anos de atividade
Giovanni Quintela Bezerra, preso em flagrante no domingo, 10, por estupro durante um parto, além dos trabalhos como anestesiologista, também já atuou como clínico, ginecologista, obstetra e médico mastologista. Os registros do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) foram levantados pelo jornal O Globo e divulgados nesta sexta-feira, 15.
Conforme a apuração do portal, o indiciado começou a sua carreira residente em 2019. Após esse período de testes, ele foi efetivado em maio de 2020 no mesmo local em que já estava há um ano, o Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI).
Após a ação policial o instituo disse que fará um levantamento dos procedimentos que ele esteve presente, além de conversar com os pacientes para saber se houve algum problema.
Em junho de 2020, o médico começou a atuar na clínica de ginecologia e mastologia do seu pai, da qual é sócio. Dados do CNES mostram que o anestesista trabalhou como mastologista, ginecologista e obstetra de junho de 2020 até o mês passado.
Por duas vezes, a equipe do Globo esteve presente na clínica para tentar ouvir a administração, mas ela está permanentemente fechada, sem sequer responder por ligações nos números indicados em frente a entrada. Em comunicado divulgado aos pacientes, foi avisado que a partir de hoje o local passará por uma série de reformas e não tem previsão de retorno às atividades.
Durante seus três anos de carreira médica, o profissional trabalhou em pelo menos dez hospitais públicos e privados. Os hospitais Copa Star e Barra D'Or, Rio Mar e Balbino informaram que o cadastro de Giovanni na função de médico assistente, está suspenso até que a investigação policial seja concluída. Outra grande rede de saúde, a Unimed-Rio, informou que vetou qualquer possibilidade de atuação do médico em suas unidades.
Como decisão mais radical, o Hospital de Clínicas Mário Lioni decidiu revogar imediatamente a certificação do homem como prestador de serviços na unidade.
Rapidamente após a prisão, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) disse que Bezerra atuava há seis meses como pessoa jurídica para os hospitais estaduais da Mãe, da Mulher e Getúlio Vargas. As unidades estão em contato com a polícia civil para colaborar com a investigação.