Dados do SAD e do Imazon indicam que a floresta tropical enfrentou, neste ano, o pior índice de destruição da última década
Na última quarta-feira, 17, o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) e o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) revelaram dados alarmantes sobre a saúde da floresta tropical. Segundo os órgãos, a Amazônia perdeu 9.742 km² de sua extensão para o desmatamento, números que configuram o pior índice em 10 anos.
Os dados foram registrados entre janeiro e outubro de 2021 e indicam que o desmatamento na região aumentou em 33% quando comparado com os dados de 2020. Nesse sentido, apenas no mês de outubro, 803 km² da Amazônia foram desmatados.
A enorme fatia da floresta destruída recentemente preocupa pois é a segunda maior da última década. Antes dela, apenas o desmatamento realizado em outubro de 2020 foi mais alarmante: naquele mês, 890 km² de floresta foram derrubados, segundo o UOL.
Para o pesquisador Antônio Fonseca, do Imazon, a redução do desmatamento será possível apenas se grande parte da Amazônia for convertida em áreas protegidas. Ainda mais, ele aponta que terras indígenas, territórios quilombolas e unidades de conservação devem estar entre as regiões preservadas.
É necessário que sejam intensificadas as fiscalizações, principalmente nas áreas críticas”, continuou o pesquisador, em nota oficial. “Enquanto houver invasões de florestas públicas por grileiros, com objetivo de obter a posse legalizada dessas áreas, o desmatamento, infelizmente, tende a continuar nesses patamares.”
É importante pontuar que, entre os estados brasileiros que mais desmataram a floresta, o Pará aparece em primeiro lugar. Segundo o Imazon, o estado foi responsável por 56% da destruição da Amazônia em outubro, o equivalente a 450 km² de área.
Enquanto isso, no segundo lugar, o Amazonas foi o segundo estado que mais devastou a floresta em outubro, de acordo com o SAD. De 76 km² da Amazônia desmatados no mesmo mês de 2020, o estado derrubou 106 km² neste ano — um crescimento de 39%.