Fraude, que rendeu prisão de ex-primeiro-ministro da Malásia, virou tema de documentário da plataforma; escândalo bilionário financiou até filmes de Hollywood
Advogado do ex-primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, entrou com um pedido judicial para que a Netflix retire de seu catálogo o documentário 'Man on the Run' (não lançado no Brasil) — sobre uma fraude multibilionária que ocorreu sob sua administração.
Conforme repercutido pelo The Guardian, Muhammad Shafee Abdullah alegou que o documentário que expõe seu cliente, que cumpre pena de 12 anos por acusações de corrupção, era "desdenhoso".
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A produção, lançada em janeiro na plataforma de streaming, conta a história do fundo estadual 1MDB (1Malaysia Development Berhad), criado para o desenvolvimento do país, mas que acabou envolvido em uma das maiores fraudes financeiras do mundo.
Conforme o Departamento de Justiça dos EUA, bilhões de dólares foram desviados fraudulentamente do fundo por indivíduos e empresas, com o dinheiro sendo usado para comprar hotéis, um iate de luxo, arte e joias e até mesmo para financiar filmes de Hollywood.
O escândalo, como era de se imaginar, abalou a política do país, levando a destituição do partido de Najib, o Umno — que estava há 61 anos no poder. Além do mais, uma série de investigações foram iniciadas em diversos países. O ex-premiê acabou preso em 2022; entretanto, nega as acusações, embora continue enfrentando vários outros casos por alegações de abuso de poder e lavagem de dinheiro.
Muhammad Shafee disse ao tribunal superior de Kuala Lumpur que o documentário era prejudicial aos casos, descrevendo-o como "extremamente sub judice e desdenhoso". A Netflix, até o momento, não falou sobre o caso.