Segundo dados do Repórteres Sem Fronteiras, as mulheres acabaram atrás das grades após fazerem reportagens que desagradaram as autoridades
Conforme um relatório da ONG internacional Repórteres sem Fronteiras, que luta pela liberdade de imprensa, um total de 73 jornalistas passaram a última quarta-feira, 8, Dia das Mulheres, injustamente presas.
Essas profissionais, que teriam sido alvo de perseguição política após desenvolverem reportagens que desagradaram às autoridades, estão espalhadas por 14 países diferentes.
A lista é liderada pela China, que possui 21 jornalistas presas. Na segunda posição, está o Irã, que deteve 11 trabalhadoras da imprensa desde o início dos protestos em reação à morte de Mahsa Amini, espancada pela polícia iraniana por não usar hijab, o véu islâmico.
Conforme informações do portal Media Talks, do UOL, outros países com repórteres atrás das grades são Vietnã, Turquia, Mianmar e Bielorrússia.
Esta última nação, em particular, teria liderado o ranking no relatório de 2021 do Repórteres sem Fronteiras — na época, ela mantinha 17 jornalistas detidas devido à cobertura de manifestações não autorizadas. Hoje, o território bielorrusso está em terceiro lugar, com 10 repórteres na cadeia.
Em um comunicado divulgado na última quarta-feira, 8, a organização não governamental ainda expressou preocupação a respeito da situação do Afeganistão, cuja imprensa encolheu consideravelmente desde a subida do Talibã ao poder em 2021.
De acordo com o RSF, 526 veículos jornalísticos encerraram suas atividades, e, mesmo entre os que prosseguiram ativos, houve uma demissão generalizada das profissionais mulheres devido às restrições do novo governo. De 2.300 jornalistas, apenas 200 ainda estariam exercendo suas funções em 2023.