O órgão fossilizado pertenceu a um peixe com mandíbula
Em uma pesquisa publicada nesta quinta-feira, 15, na revista Science, uma equipe de especialistas relatou as conclusões a que chegou após analisar o coração fossilizado mais antigo já descoberto.
Com 380 milhões de anos, o órgão pertenceu ao um indivíduo da classe de peixes arthrodira, que possuíam mandíbula. Hoje extintos, esses animais viveram durante o período Devoniano, também conhecido como "Período dos Peixes"
Segundo repercutido pelo Phys.org, além do coração mineralizado, foram encontrados o estômago, o intestino e o fígado do espécime estudado. O incrível estado de preservação dos achados surpreendeu a pesquisadora Kate Trinajstic, da Austrália, que conduziu a investigação científica:
Como paleontóloga que estuda fósseis há mais de 20 anos, fiquei realmente surpresa ao encontrar um coração 3D e lindamente preservado em um ancestral de 380 milhões de anos”, afirmou ela.
Os órgãos fossilizados permitiram que os cientistas analisassem a anatomia do peixe do passado, descobrindo que ela se assemelha à de um tubarão moderno.
Através da reconstrução desse animal extinto, também foi possível desvendar um passo evolutivo que pode ter repercussões no próprio organismo humano, que é o momento histórico em que a cabeça e o pescoço desses peixes se modificava para que a mandíbula, uma estrutura presente também em nós, pudesse ser acomodada.
Pela primeira vez, podemos ver todos os órgãos juntos em um peixe primitivo com mandíbula, e ficamos especialmente surpresos ao saber que eles não eram tão diferentes de nós”, concluiu Trinajstic.
Veja abaixo um vídeo mostrando uma reconstrução 3D do coração mais antigo já descoberto: