Bocas de tubarão, desenhos animados, pin-ups e bizarrices: nenhum avião estava pronto para o combate sem decorações
A tradição começou na Primeira Guerra Mundial. Para facilitar a identificação de seus colegas e tonar suas máquinas mais ameaçadores ao inimigo, os alemães começaram a pintar bocas de tubarão no nariz de seus caças. Isso logo perderia a função prática, pois os aliados adoraram a ideia e passaram a pintar os seus também. Logo se tornaria uma questão de individualidade, e cada avião ganhou uma decoração própria.
O oficialato nunca gostou e regras contra a "arte de nariz" foram aprovadas - principalmente contra nudez. Raramente eram impostas. Era um fator importante para o moral das equipes manter seus aviões customizados, tirando da cabeça a ideia de morte iminente.
Os aviões podiam ser batizados com nomes namoradas (ou desejadas) de alguém na equipe. Também eram comuns referências à região de origem dos membros da tropa. E, frequentemente, piadas internas, coisas que, se nenhum veterano explicou depois da guerra, nunca saberemos o que queriam dizer. Num exemplo bem atípico, o
Enola Gay, o bombardeiro de Hiroshima, levava o nome da mãe do líder da missão, o coronel Paul Tibbets - o que foi considerado sem graça e egoísta pelo resto da tripulação.
A arte de nariz perdeu fôlego após a Segunda Guerra, mas nunca morreu completamente. Ainda hoje, aviões de ataque ao solo A-10 Thunderbolt ostentam bocas de tubarão e caras de javalis - o apelido do modelo é warthog, o javali africano (como o Pumbaa de Rei Leão).
AVISO: algumas imagens são ligeiramente inadequadas para ver no trabalho (NSFW).