O sérvio-americano se transformou no protótipo de todo cientista louco de cinema
Figura importantíssima na criação dos sistemas públicos de eletricidade, o sérvio-americano Nikola Tesla (1856-1943) também se transformou no protótipo de todo cientista louco de cinema. Culpa dele, que adorava aparecer em imagens como a de acima. A foto é fajuta: foi produzida por dupla exposição. Primeiro Tesla sentou-se tranquilamente em sua cadeira, e só mais tarde o aparelho foi ligado, emitindo faíscas de 6 m a 3 milhões de volts, enquanto uma segunda foto era tirada sobre o mesmo negativo. Tesla só parecia louco.
A foto foi tirada na Estação Experimental de Colorado Springs, nos EUA, em dezembro de 1899, e o aparelho - uma bobina de Tesla ligada a um amplificador - servia para produzir relâmpagos artificiais, usados para tentar transmitir energia elétrica pelo ar e pelo solo. Tesla só ficou na cidade 9 meses, o suficiente para detectar transmissões de rádio do espaço, que ele atribuiu a extraterrestres - na verdade, ele estava inventando o radiotelescópio sem querer.
Tesla passou a experimentar com eletricidade sem fio e rádio após sua vitória mais importante, contra o inventor Thomas Edison. Na década de 1890, Edison planejava todo um sistema elétrico baseado em corrente contínua e moveu uma histérica campanha contra a corrente alternada, defendida por Tesla. Fez demonstrações públicas em que eletrocutava cães, cavalos e até um elefante com corrente alternada para provar os perigos dessa forma de energia - a cadeira elétrica é fruto dessa disputa, com o intuito de demonizar a corrente alternada. Tesla provou que a corrente alternada era melhor e é ela que sai de sua tomada ainda hoje. Seu sonho de transmitir eletricidade sem fio nunca se concretizou.