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Coronavírus / Brasil

Pfizer ofereceu vacinas ao Brasil pela metade do preço pago por EUA; mas Governo rejeitou

Após 53 e-mails ignorados e 8 meses de espera, ministério fechou acordo com a farmacêutica pelo mesmo valor, antes considerado “agressivo”. Nesse meio tempo, quase 200 mil pessoas morreram

Fabio Previdelli Publicado em 07/06/2021, às 11h00

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Frasco do imunizante da Pfizer - Getty Images
Frasco do imunizante da Pfizer - Getty Images

Como aponta matéria da Folha de S. Paulo, segundo o senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI da Covid, a Pfizer enviou 53 e-mails para o governo brasileiro desde agosto do ano passado cobrando respostas sobre a oferta de 70 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus.  

Entretanto, à época, o então ministro da Saúde Eduardo Pazuello classificou como “agressivo” o contrato que previa o valor de 10 dólares por dose — meses depois, no entanto, o valor foi acatado pelo ministério, ainda quando Pazuello o comandava. 

Além da demora para firmar um acordo, o que mais surpreende é que países como Reino Unido e Estados Unidos, que já imunizaram uma porção significativa de suas populações com as duas doses de vacinas, pagaram cerca de 20 dólares por doses — o dobro oferecido ao Brasil, de acordo com a Folha. 

Com o atraso nos contratos, passaram-se cerca de oito meses desde quando a Pfizer fez a primeira oferta de entrega e quando de fato os imunizantes chegaram aqui no Brasil, algo que ocorreu somente em abril deste ano. Vale ressaltar que, a oferta inicial da farmacêutica previa que as primeiras doses do imunizante seriam distribuídas em dezembro do ano passado. 

Segundo balanço feito pelo consórcio dos veículos de imprensa, nos 113 primeiros dias deste ano, período pelo qual ficamos sem receber os imunizantes da Pfizer, o Brasil viveu um de seus piores momentos dentro da pandemia, com 195.949 mortes registradas nesse período — o número é superior aos 194.976 óbitos registrados em todo o ano de 2020. 

Covid-19 no Brasil

De acordo com as últimas informações divulgadas pelos órgãos de saúde, atualmente, o Brasil registra 16,9 milhões de pessoas infectadas, e as mortes em decorrência da doença já chegam em 473 mil no país.   

Em 1º de dezembro de 2019, o primeiro paciente apresentava sintomas do novo coronavírus em Wuhan, epicentro da doença na China, apontou um estudo publicado na revista científica The Lancet em fevereiro deste ano.   

De lá pra cá, a doença já infectou 173 milhões de pessoas ao redor do mundo, totalizando mais de 3,73 milhão de mortes, sendo mais de 473 mil mil delas apenas no Brasil, que está no segundo lugar entre os países onde mais pessoas morreram por complicações da Covid-19.