Embora a eficácia do medicamento não tenha comprovação científica, o estadista afirma que o ingere "por profilaxia"
No último domingo, 24, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que terminou um tratamento de duas semanas com hidroxicloroquina, que fez mesmo sem contrair o coronavírus, sob a justificativa de "prevenção" contra a doença. Logo depois, na terça, 26, o líder de El Salvador, Nayib Bukele, disse que também entrou nessa onda polêmica e também toma a medicação.
"Eu uso como profilaxia. O presidente Trump usa como profilaxia. A maioria dos líderes mundiais usa como profilaxia", afirmou Bukele, durante uma entrevista coletiva com o embaixador dos EUA, Ronald Johnson, para anunciar uma doação de 250 ventiladores vindos dos norte-americanos para o país da América Central.
Vale ressaltar que a hidroxicloroquina ainda não tem comprovação científica e podem haver graves riscos envolvidos em tomar o remédio em casos de coronavírus. A Organização Mundial da Saúde interrompeu o estudo da droga, na última segunda-feira, 25, justamente devido às preocupações de segurança.
A decisão ocorreu em decorrência de uma pesquisa, publicada na renomada revista médica The Lancet. O estudo apontou que pacientes da Covid-19 que fazem o uso da cloroquina ou da hidroxicloroquina têm mais riscos de morte e de arritmia cardíaca.
Apesar de usar o remédio polêmico, Bukele disse que o medicamento não fazia mais parte do protocolo de tratamento de coronavírus de El Salvador, mas que ele permaneceria disponível para "aqueles que desejam usá-lo como profilaxia" ou mediante receita médica.