A comunidade científica afirma que as recomendações do presidente venezuelano não têm respaldo médico
Através de sua rede social, o presidente da Venezuela, Nicólas Maduro fez uma postagem polêmica ao parabenizar profissionais da saúde e cientistas venezuelanos. O problema surgiu quando o líder agradeceu a área científica por proteger a saúde do povo e avançar na produção da cloroquina, medicamento que, segundo ele será utilizado no tratamento da Covid-19 no país.
Felicito al personal científico de la salud de nuestro país, quienes trabajan con buena fe y amor para proteger la salud del pueblo. Con ellos avanzamos en la producción de Cloroquina Difosfato, fármaco efectivo para el tratamiento contra el Covid-19. ¡Sí Se Puede Venezuela! pic.twitter.com/Tsd9ZHbgau
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) May 15, 2020
"Com eles (médicos e cientistas) avançamos na produção de difosfato de cloroquina, um medicamento eficaz para tratamento contra Covid-19. Sim, nós podemos, Venezuela.", escreveu Maduro, em seu Twitter.
Acontece que essa atitude vai contra estudos recentes que questionam a eficácia de tal medicamento durante o tratamento de coronavírus, alertando para uma série de efeitos colaterais ruins.
Estudos publicados nas mais renomadas revistas científicas do mundo apontam que a cloroquina pode causar arritmia cardíaca severa. Não há indícios comprovados de que esse medicamento realmente funcione no combate ao novo Sars-Cov-2.
Maduro não está sozinho na defesa da droga, o Presidente Jair Bolsonaro, também já demonstrou interesse no uso de cloroquina como tratamento no Brasil. A decisão não foi apoiada por Nelson Teich, que até então era o Ministro da Saúde. O homem acabou deixando o cargo na tarde de hoje, 15, após desentendimentos com Bolsonaro.
Coronavírus no Brasil e Venezuela
Segundo as últimas informações divulgadas pelas autoridades de saúde de ambos os países, o Brasil tem 212 mil pessoas diagnosticadas com coronavírus, já são mais de 14.400 mil mortes, os recuperados são 79.479 mil.
Na Venezuela, os números são bem mais baixos. O país conta com 455 casos confirmados, 220 recuperados e 10 mortes.