Logo em seguida, Rogério Cruz apagou a publicação; assessoria diz que compromisso “obedeceu ao decreto em vigor”
Na última segunda-feira, 31, a prefeitura de Goiânia publicou um decreto que restringia aglomerações em bares e restaurantes. A medida tem como intuito evitar a disseminação do novo coronavírus. Assim, esses estabelecimentos só podem operar com "no máximo 5 pessoas por mesa" e "lotação máxima de 30% da capacidade de pessoas sentadas".
Apesar da iniciativa, a ordem parece não ter sido cumprida, pelo menos não pelo prefeitoRogério Cruz que, segundo mostra matéria publicada pelo UOL, postou uma foto em suas redes sociais no dia seguinte, 01, onde estava com a primeira-dama e outras 10 pessoas em uma mesa de um restaurante.
Entre secretários e assessores, o político aparece contrariando o próprio decreto. Assim, ele acabou apagando a publicação de suas redes sociais. Como resposta, sua assessoria de imprensa declarou, em nota, que o estabelecimento foi fechado exclusivamente para receber o prefeito e sua comitiva, que participariam de uma confraternização do secretário municipal de Economia, Paulo Henrique.
Além disso, sua assessoria alegou que evento seguia com as normas impostas ao local. "A agenda obedeceu ao decreto em vigor, que estabelece o limite de 75 pessoas para eventos", explica trecho da nota. Entretanto, em nenhum momento o comunicado explica o motivo do político ter excluído a foto das redes.
Segundo boletim da Secretaria de Saúde de Goiás emitido ontem, 01, até aquela data 17.167 pessoas haviam morrido por complicações da Covid-19 no estado, sendo cerca de 5 mil delas apenas em Goiânia, onde o prefeito participou do evento no restaurante. Além disso, o órgão informou que a taxa de ocupação de leitos exclusivos para pacientes com o novo coronavírus é de 75,98% apenas na Capital.
De acordo com as últimas informações divulgadas pelos órgãos de saúde, atualmente, o Brasil registra 16,6 milhões de casos do novo coronavírus, e as mortes em decorrência da doença já chegam em 465 mil no país.
Em 1º de dezembro de 2019, o primeiro paciente apresentava sintomas do novo coronavírus em Wuhan, epicentro da doença na China, apontou um estudo publicado na revista científica The Lancet em fevereiro deste ano.
De lá pra cá, a doença já infectou 171 milhões de pessoas ao redor do mundo, totalizando mais de 3,57 milhão de mortes, sendo mais de 465 mil delas apenas no Brasil, que está no segundo lugar entre os países onde mais pessoas morreram por complicações da Covid-19.