Dezembro marca o nascimento do mestre romântico que refletiu em sua música uma era tempestuosa
Gênio irascível; contemporâneo do Iluminismo alemão (Aufklärung) e da explosão da Tempestade e Ímpeto (Sturm und Drang), o nascimento do romantismo; entusiasta de Napoleão; vítima de uma surdez progressiva que se manifestou no auge da fama; inovador na criação de obras que desafiaram as limitações dos instrumentos musicais existentes e influenciaram o desenvolvimento de instrumentos novos. Beethovenencarna o nascimento da sensibilidade moderna na música.
Em dezembro, há 250 anos, nascia o grande artista. Pensando nisso, a Aventuras na História separou uma grande linha do tempo com os fatos que marcaram a trajetória deste gênio irascível, herói da sinfonia, que ajudou a moldar toda a cultura de uma época.
1. O misterioso nascimento (1770)
Batizado em 17 de dezembro (mas é provável que tenha nascido no dia anterior), Ludwig van Beethovenveio de uma família de músicos flamengos (da atual Bélgica) que se mudou para Bonn, pertencente ao principado eclesiástico de Colônia, cujo príncipe arcebispo era Clemens August – patrono das artes determinado a fazer do seu território oficial uma cidade gloriosa.
2. A família (1773)
Clemens nomeou como cantor oficial da capela da corte um hábil tocador de
instrumentos de tecla de apenas 21 anos, o primeiro Ludwig van Beethoven, avô do célebre compositor.
Apenas um dos seus três filhos alcançou a idade adulta: Johann van Beethoven, que se tornou um professor de música e cantor do coro.
3. Iniciação musical (1774)
A iniciação musical de Ludwig neto, o futuro gênio da música clássica, começou aos 4 anos de idade. O método de ensino do pai, Johann, incluía gritos, ameaças e castigos físicos (temperamento herdado por Beethoven, que também batia em seus alunos).
Assim que o menino aprendeu as notas do cravo (um predecessor do piano), Johann passou a ensiná-lo a tocar violino e viola clássica para que ele pudesse tocar na orquestra da corte.
4. A fama menino prodígio (1778)
De fato, o pai se tornou um astuto promotor do filho. Neste ano, Johann alugou um salão em Colônia para promover um recital onde apresentaria dois dos seus alunos – um deles, seu filho.
O anúncio dizia que o pequeno Beethoventinha 6 anos, embora tivesse 7. A ideia de Johann era aumentar a fama de meninoprodígio (e lançar uma isca ao público que, quase dez anos antes, se encantara com a primeira turnê de Mozart, feita aos 6 anos de idade).
5. Por conta própria (1780)
Ludwig chegara aos 10 anos e, em paralelo ao estudo tradicional da música, já com tutores além do pai, vinha aprendendo a compor por conta própria (algo que Johann via com maus olhos).
Christian Neefe, um dos professores, causou forte impressão no aluno, que passou a ter contato com tudo o que surgia de novo na Europa – em pleno auge do Iluminismo.
6. Novos caminhos (1793)
Ao longo da última década, com as dinastias europeias em estado de alerta contra a
Revolução Francesa, a música patrocinada nas cortes foi dando lugar a expressões da burguesia urbana em ascensão, com suas próprias concepções de bom, belo e sublime.
Em 1793, com a decapitação do rei Luís XVI e Maria Antonieta, a Europa estava prestes a tomar um “novo caminho” – e a música de Beethoven prestes a se tornar sua guia.
7. Surdez (1797)
A surdez se manifesta pela primeira vez após um dos ataques de fúria de Beethoven contra um tenor que o teria interrompido enquanto compunha. Irado, o músico caiu no chão e, ao levantar, percebeu que estava surdo.
A audição voltou, mas não totalmente. Hoje, especialistas suspeitam que o problema pode ter sido causado por envenenamento por chumbo. Em 2005, uma análise do cabelo e crânio de Beethoven mostrou altos níveis do metal (usado naquela época, por exemplo, para preservar vinho).
8. Terceira sinfonia (1802)
Surgem os primeiros registros da Terceira Sinfonia (Opus 55), talvez a mais famosa ode “política” de Beethoven. Com ela, o compositor chegou à maturidade, unindo o espírito do Iluminismo à sua música.
Tratava-se de uma homenagem à Napoleão Bonaparte, que deu o título até ficar conhecida em 1806, quando o músico, em tempos de censura e repressão, mudou o nome para Eroica.
9. Perda da audição (1824)
A perda da audição foi se intensificando gradualmente e os recitais se tornando cada vez mais caóticos, motivo de troça na imprensa. Reza a lenda que, neste ano, ao fim de uma das apresentações da Nona Sinfonia,Beethoven ficou postado em pé diante da orquestra, contando o tempo em sua própria mente.
Até que uma solista o avisou, para que pudesse receber os aplausos da plateia.
10. Décima sinfonia? (1827)
Beethoven ainda tinha planos para compor uma décima sinfonia, mas faleceu em 26 de março, após uma longa agonia causada por hepatite crônica e cirrose hepática.
Seu funeral foi um dos maiores já realizados em Viena, reunindo mais de 20 mil cidadãos. Franz Schubert, que morreu no ano seguinte e foi enterrado ao lado de Beethoven, foi um dos portadores da tocha, como emblema de iluminação espiritual e conhecimento.
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