Em 2019, a Jordânia decidiu depositar uma aeronave no local para servir a um propósito inusitado
Em 2019, um avião do modelo Lockheed Martin L1011 Tristar, que é um espaçoso trimotor a jato, afundou no Golfo de Aqaba, situado na porção norte do Mar Vermelho. Não se trata, porém, de uma tragédia: a aeronave foi deixada nas profundezas do oceano de propósito, como parte de uma operação conduzida pelas autoridades da Jordânia.
Antes de receber sua nova — e inusitada — missão no fundo do Mar Vermelho, o Lockheed Martin L1011 Tristar passou por várias companhias áreas. Entre a década de 80 e o início dos anos 2000, quando foi aposentada de vez, a aeronave esteve a serviço da Royal Jordanian, da TAP Air, da Novair e, por fim, da Luzair. Um detalhe interessante, aliás, é que essas são empresas de nacionalidades diferentes, com duas sendo de Portugal, uma da Suécia e outra da Jordânia.
O avião, vale mencionar, passou vários anos estacionado no Aeroporto Internacional de King Hussein, que fica na cidade de Aqaba, em situação de aparente abandono.
Hoje, por outro lado, ele se converteu em uma verdadeira estrela, atraindo cliques de fotógrafos e sendo também um alvo frequente de expedições marinhas destinadas a explorar a carcaça submersa.
De 2019 para cá, afinal, se converteu em um verdadeiro jardim de corais e algas marinhas, além de ter se tornado o lar de cardumes de diversos peixes.
A ação com o avião, conforme repercutiu na época a Jordan News Agency Petra, tinha duas finalidades. A primeira delas era o estímulo turismo subaquático no local, e a segunda era a criação de um recife artificial de corais onde a vida marinha poderia florescer.
Segundo repercutido pela CNN internacional, o antigo trimotor está entre 15 e 28 metros de profundidade, com a cauda sendo a parte mais rebaixada. Apesar dos vários metros que separam a superfície da aeronave, vale destacar que o local possui boa luminosidade — motivo pelo qual é ideal para fotografias.
A cabine do piloto é a parte mais rasa do naufrágio e fica de frente para a praia, a cerca de 13 metros (...) Os mergulhadores podem ir até as duas últimas portas de saída, que ficam a 28 metros de profundidade", explicou o fotógrafo Brett Hoelzer ao veículo.
É importante enfatizar, porém, que é preciso realizar essa viagem sob a orientação de mergulhadores profissionais. Além disso, para chegar ao local do mergulho em si, existe um trecho do caminho que é feito com auxílio de um barco.
Se no passado o Lockheed Martin L1011 Tristar transportou passageiros humanos, atualmente é habitado por cardumes de baiacus, cavalos-marinhos, enguias, enormes esponjas-do-mar e muitos outros animais aquáticos, conforme explica o portal Deep Blue Dive Center.
Não é incomum encontrar polvos se alimentando perto dos carais", observou também Hoelzer à CNN.
Depositada em uma planície de areia, o interior da aeronave se tornou um refúgio perfeito para a fauna e flora do Mar Vermelho proliferar, de forma que hoje a vida marinha na área onde ela está é mais rica do que era previamente à presença da carcaça de metal.