Duncan Thomsen viralizou ao publicar 'selfies' de Jesus, Cleópatra e até mesmo de neandertais
Nas últimas semanas viralizou nas redes sociais uma imagem do papa Franciscousando um casaco da moda estiloso que gerou discussões sobre se o traje era apropriado ou não segundo os dogmas da Igreja Católica.
Entretanto, a imagem se tratava de uma representação feita por inteligência artificial. Portanto, não era verdade. Para isso foi usado um serviço de inteligência artificial chamado 'midjourney', que impressionou por seu grau de realismo.
A ferramenta é a mesma usada pelo cineasta britânico Duncan Thomsen, que chamou a atenção na internet pela publicação de selfies ultrarrealistas de figuras históricas: desde Jesus com seus apóstolos até Cleópatra e Napoleão Bonaparte.
This week has been a bit overwhelming to see the photos go worldwide and due to a high amount of requests to purchase them, they are on Etsy. Look up Digital Paper Hippos. Thanks everyone. pic.twitter.com/f29UyAz3nn
— Duncan Thomsen (@DuncanThomsen) April 5, 2023
Ao Daily Mail, o cineasta britânico Duncan Thomsen, que possui familiaridade em tratar de temas históricos por seus trabalhos como editor de documentários para a BBC, revelou que demorou meses para chegar no resultado que encantou os usuários.
O segredo está na descrição absoluta", diz ao tabloide britânico.
O realismo das representações de Thomsen realmente chamam a atenção. Afinal, as fotografias não retratam apenas figuras históricas, mas todas as características de uma selfie: desde o brilho alto comum nas câmeras frontais até a leve distorção dos rostos causadas pelo fato da 'lente' estar muito próxima.
"IA é tecnologia de ponta. Passei um mês trabalhando em fórmula de comandos, linguagem e elementos fotográficos para dar às fotos esse efeito 'selfie'. Os resultados são hilários e todos com quem compartilhei meu trabalho disseram não acreditar em como as imagens realmente parecem reais", prosseguiu ao Manchester Evening News
No canal de bate-papo do Midjourney, no Discord, o cineasta ainda dá dicas para aqueles que buscam extrair o melhor da ferramenta: "desligue funções como ‘unreal engine’, ‘8k’ e outras. Selecione ‘estilo primeiro’, no topo do prompt. Não use vírgulas".
O grande segredo, aponta Duncan, é ajustar a luminosidade das imagens, o que faz com que as reproduções pareçam mais originais. Apesar de todo o trabalho, ele ainda reconhece que a inteligência artificial é capaz de gerar algumas bizarrices, como dentes a mais ou até mesmo uma mão que possui mais de cinco dedos.
O viral da imagem do papa Francisco gerou um enorme debate nas redes sobre a onda de desinformação que a inteligência artificial pode trazer para o mundo online, onde cada vez mais pessoas se deixam levar por supostos fatos sem ao menos checá-los.
Mas Duncan Thomsen entende que a tecnologia pode ser benéfica caso usada justamente para o âmbito educativo. Um exemplo disso, aponta, são que seus trabalhos podem ser usados em sala de aula para aproximar as crianças de outras realidades vividas por diversos períodos históricos.
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O cineasta entende que a semelhança com a estética das imagens criadas pela inteligência artificial, já comum na contemporaneidade, pode criar uma conexão com a atual geração, tornando a jornada de Napoleão na Guerra de Waterloo, por exemplo, um evento mais atrativo. O que dizer então de um jantar com Cleópatra?
"A tecnologia pode ser usada nas escolas como nova forma de ensinar e envolver as crianças com a história do mundo — é como viajar ao passado sem uma máquina do tempo", disse ainda ao Manchester Evening News.
Você pode pedir que a IA seja historicamente precisa e então ela fará referência à qualquer coisa, em qualquer lugar. Essa é a beleza disso", finalizou.