Relembre o destino trágico da injustiçada segunda esposa de Henrique VIII, que foi retratada em série recente da Netflix
Ana Bolenafoi a segunda esposa do rei Henrique VIIIda Inglaterra e a Rainha Consorte do Reino da Inglaterra. Sua ascensão e queda ainda hoje é amplamente retratada em diversas produções literárias e cinematográficas.
A mais recente delas é a série "Sexo, sangue e realeza" (2022), que estreou na Netflix no último dia 23 de novembro, fazendo sucesso imediato entre o público.
A produção histórica mistura sequências ficcionalizadas com relatos de historiadores para recontar a trajetória do infame monarca britânico que teve 6 esposas, tendo se divorciado de duas, e decapitado outras duas.
Em sua primeira temporada, que consiste em apenas três episódios, o seriado focou em Ana Bolena, que se casou com Henrique VIII após seu divórcio de Catarina de Aragão.
O matrimônio dos dois, cujo início parecia bem-sucedido, terminou de maneira trágica para a mulher: após apenas três anos de união, ela acabou sendo acusada de diversos crimes e condenada à morte por decapitação sob ordens do próprio marido.
Educada na França, anteriormente ao seu casamento, Ana Bolena atuou como dama de companhia da rainha Cláudia de França, esposa de Francisco I. Em 1522, voltou para a Inglaterra. Já em 1533 casou-se com o rei Henrique VIII, sendo coroada no dia 1 de junho de 1533.
Considerada uma das figuras históricas mais controversas, a soberana teve seu matrimônio anulado em 17 de maio de 1568, e condenada à morte por adultério, traição, incesto e bruxaria apenas dois dias depois.
Ana Bolena teve um ano muito difícil em 1536. Primeiro, quando estava grávida, descobriu que seu marido estava tendo um caso com Joana Seymour, uma de suas damas de companhia. Alguns acreditam que o choque ao descobrir a traição, fez com que Ana sofresse um aborto espontâneo no início de fevereiro.
O nascimento do menino salvaria sua vida, no entanto, como ela não conseguiu produzir um herdeiro masculino para o trono, seu marido decidiu substituí-la. Ana se viu presa na Torre de Londres em 2 de maio, acusada de adultério e incesto. Seu casamento foi anulado no dia 17 daquele mês e ela seria decapitada dois dias depois.
Para acrescentar todo o insulto moral que passou, ninguém ao menos se deu ao trabalho de enterrá-la dignamente. Embora a execução em si tenha sido meticulosamente planejada, ninguém se deu conta que não havia um caixão para o corpo, a ficha só caiu com o rolar da cabeça de Ana.
Depois de um tempo, um velho saco de flechas foi utilizado para enfiar o cadáver. Ela e o irmão foram então enterrados em um túmulo não marcado em frente ao altar da Capela Real de São Pedro ad Vincula, e seria completamente esquecida pelos próximos 300 anos. Somente com um reparo na Torre, em 1876, que Ana, talvez, tenha ressurgido.
Alguns ossos foram descobertos sob o altar durante as reformas. Eles pertenciam a uma mulher entre 25 e 35 anos de idade que teve sua cabeça decapitada, muitos acreditam que seria Ana. No entanto, Henrique VIII descartou sua quinta esposa, Catarina Howard, da mesma maneira e jogou seu cadáver sob a pilha de corpos acumulados sob o altar. Outras mulheres foram decapitadas e enterradas no mesmo lugar, incluindo Margaret Pole, Joana Gray e a viscondessa de Rochford.
Apesar de cinco mulheres sem cabeça terem sido enterradas no local, apenas quatro corpos foram descobertos — os restos mortais de Catarina Howard aparentemente desapareceram. Independente da incerteza, a rainha Vitória exumara os corpos e os colocou em caixões individuais. Assim receberam um enterro apropriado embaixo do altar.
Porém, como nenhum teste de DNA foi feito nos corpos, muitos ainda não acreditam que o corpo de Ana Bolena tenha sido realmente encontrado, e que os restos possam pertencer a outra pessoa e, ainda assim, ter sido creditado a ela. O que corrobora com a teoria de que ela e seus parentes tenham sido sepultados em algum outro lugar.