Descubra as raízes de Virgulino Ferreira da Silva, quando estava longe de tornar-se um mito no imaginário popular brasileiro
Xico Sá, Arquivo Aventuras na História Publicado em 21/12/2019, às 10h00 - Atualizado em 31/01/2023, às 10h00
Antes de entrar para o cangaço, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, ganhava a vida trabalhando para Delmiro Gouveia. Sujeito pacato, incapaz de matar uma mosca, o jovem Virgulino, entre os 17 e os 19 anos, prestava serviços como almocreve, profissional que transportava em lombo de burro mercadorias pela caatinga afora.
Conduzia grandes cargas de couro de boda da Bahia e Pernambuco para a fazenda Pedra, hoje município de Delmiro Gouveia, a 300 km de Maceió. Era um serviço duro, herdade de tradição familiar, que rendia por mês pouco dinheiro, algo em torno de dois salários mínimo hoje, e um estrago na saúde.
Mas a experiência como desbravador de veredas e quebradas do interior do Nordeste seria bastante útil tempos depois, já nos anos 20 do século passado. Virgulino deixou a fama de bom menino para virar cangaceiro, ramo de vida no qual fez fortuna, como comprova o historiador Frederico Pernambuco de Mello, autor de Guerreiros do Sol, principal livro sobre o cangaço no Brasil.
Morto por pistoleiros em uma emboscada, no ano de 1917. Delmiro não viu seu ex-empregado construir fama e tornar-se um mito no sertão, o que seguramente condenaria. Na vila de Pedra, sob o seu comando, era proibido o uso de armas de fogo, mesmo que “inocentes” espingardas de chumbo para a caça de aves, ainda hoje muito comuns no sertão.
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