Famosos nos anos 1980 por 'maldições', as obras tem adeptos até mesmo no Brasil
A série de 27 telas pintadas pelo italiano Giovanni Bragolin, denominada Quadros das Crianças Chorando, foi um enorme sucesso na Europa dos anos 50. Vendendo inúmeras cópias, o pintor ficou famoso entre as décadas de 1970 e 1980, com seus quadros se espalhando ao redor do mundo. Entretanto, algo macabro envolvia essas obras.
As pinturas mostravam crianças pobres, com belas feições e lágrimas nos olhos. Geralmente olhando para frente, elas pareciam demonstrar uma espécie de terror mudo e constante através das pinceladas feitas a óleo.
Entretanto, em julho de 1985, o jornal britânico The Sun citou o quadro em uma matéria sobre um incêndio residencial no norte da Inglaterra, afirmando que o único objeto da casa a sobreviver era uma tela de criança chorona.
Após isso, um bombeiro local declarou a público ter presenciado vários incêndios nos quais apenas os referidos quadros restavam. E segundo a polícia, cerca de 50 incêndios relacionados às figuras ocorreram desde 1973.
Com o passar dos meses, leitores desesperados começaram a enviar suas cópias dos quadros para o The Sun, que organizou uma grande fogueira para queimá-los. E uma explicação foi dada: o sucesso das obras seria fruto de um pacto entre Bragolin e o demônio.
Uma outra teoria, que se espalhou fortemente no Brasil, foi a da existência de imagens ocultas nas pinturas. Segundo os conspiradores, o que parecia o pescoço de uma garota na verdade era uma mão que a enforcava; e o suposto cachecol de um garoto retratado era na verdade a boca de um monstro que o estava engolindo. Como qualquer lenda urbana, essa tomou proporções que duram até hoje.
Entretanto, são apenas lendas. Acredita-se que, lá na Inglaterra dos anos 80, os quadros não teriam se incendiado pela alta densidade do compensado no qual eram impressos, o qual demorava muito para pegar fogo.
E mais suspeita ainda era a grande rivalidade que o jornal The Sun enfrentava com o Daily Mirror em meados dos anos 80, que fazia com que notícias sensacionalistas fossem uma ótima arma de publicidade. E a lenda dos quadros malditos teria servido como luva para atrair a atenção de um público incauto.