Encontrando em uma posição, no mínimo, insólita, o pobre homem ainda causa indignação. Entenda a verdadeira explicação para o episódio
A imagem foi publicada no Instagram do Parque Arqueológico de Pompeia em 2017 e se espalhou pela internet mais rápido que uma onda piroclástica saída do Vesúvio em 79 d.C. Gerando comentários como "morreu fazendo o que mais gostava", "morreu agarrado a seus entes queridos" ou "segurou-se até o fim".
Consultado pelo DailyDot, o vulcanólogo italiano Pier Paolo Petrone, que estuda a erupção de Pompeia, explicou que "Não há como demonstrar o 'homem masturbador' e é uma coisa estapafúrdia sequer discutir essa afirmação (que espero ser uma piada, ainda que ruim) de um desocupado desperdiçando nosso tempo".
Segundo Petrone, a culpa é da onda (ou fluxo, ou nuvem) piroclástica mencionada - um fluxo letal de gases e cinza vulcânica se movendo a 700 quilômetros por hora e com uma temperatura de mais de 1000 ºC. Ele explica porque os corpos de Pompeia aparecem em posições tão peculiares.
"O indivíduo na foto é um homem adulto morto pelo fluxo piroclástico, com tanto braços quanto pernas flexionados", afirma Petrone. Segundo o cientista, a pose não é aquela na qual o homem morreu, mas como seu corpo reagiu à exposição à temperatura extrema.
Após a morte quase instantânea, os músculos se contraíram por efeito do calor. "A maioria das vítimas humanas encontradas em Pompeia mostra essa posição 'estranha' dos braços e pernas." Em outras palavras, ele provavelmente estava esticado e suas pernas e braços foram contraídos para a infame pose do cinco contra um.
Foi uma morte rápida, mas brutal. O Dr. Peter Baxter da Universidade de Cambridge, relatou como funcionou: "O calor direto dos gases se combinou com o calor radiante das partículas de cinzas na nuvem para causar instantaneamente queimaduras de quarto grau, isto é, queimaduras que se estendem para além da camada de pele, para dentro dos músculos e tecidos internos, com o rápido superaquecimento do sangue voltando para o coração levando a uma parada cardíaca ou, chegando no cérebro, parada respiratória".