Desfilando pela União da Ilha do Governador, a modelo não tinha nada que cobrisse seu corpo. Sua aparição no Carnaval fez com que regras mudassem nas apresentações
A apresentação das escolas de samba do Rio de Janeiro na Avenida é um dos eventos mais importantes do Carnaval. Com todo tipo de enredo, os carros alegóricos passam pela plateia carregando homenagens, lições e, de vez em quando, polêmicas.
Uma das mais controversas aconteceu em 1989, em um desfile da União da Ilha do Governador, escola criada em 1953. Naquele ano, os carnavalescos escolheram o enredo Festa Profana.
No topo do carro Romã Pagã, a modelo Enoli Lara sambava à todo vapor, enquanto seu corpo era filmado pelas muitas câmeras da televisão nacional. Com uma capa branca leve, a jovem dançava sem calcinha ou tapa-sexo.
Assim, Enoli se tornou a primeira mulher a aparecer completamente nua na avenida. Durante a apresentação, ninguém viu nada de errado na nudez da modelo. O problema veio depois, quando as imagens começaram a repercutir.
No ano seguinte àquele, como em resposta ao desfile da União da Ilha, a Liga das Escolas de Samba proibiu a mostra de “genitálias desnudas” em qualquer desfile. Decreto que, anos depois, a Beija-Flor de Nilópolis descumpriu, ao apresentar um casal nu na avenida, em 1992.
Hoje, aos 69 anos, Enoli se considera “um mito transgressor e uma mulher revolucionária que rompeu tabus”. Descrição essa que combina muito bem com a modelo que, na década de 1980, era considerada um símbolo sexual.
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