Entenda como Vargas implantou tons patrióticos a uma festa popular
Com o fim da monarquia, o Brasil entrou em crise de identidade. A fidelidade ao imperador dava um traço de união a um país com realidades regionais completamente diferentes. Em 1930, Getúlio Vargas assumiu o poder numa revolução que prometia renovação nacional e assumiu cunhos fascistas em 1937. Nesse tempo, tratou de tentar construir uma identidade nacional para um país marcado pelo federalismo e pelas disparidades (quando não antagonismos) regionais.
O samba era um estilo da Bahia que havia se implantado com sucesso no Rio de Janeiro e começava a ficar conhecido no restante do país por meio do rádio, que chegou aqui em 1922 - originalmente, uma música irreverente, que satirizava os poderosos e exaltava a malandragem. Era também pouco nacionalista.
Os grupos de samba costumavam ter sessões de sopro inspiradas no jazz norte-americano. Quando o samba se tornou a música mais popular da capital da República, o governo tratou de enquadrá-lo: sambas com apologia ao crime e à malandragem foram censurados.
Quanto ao Carnaval, era uma festa caótica onde uma das maiores diversões era atirar água (ou outros líquidos) uns nos outros. O samba não era o ritmo favorito: nos bailes, predominavam as polcas, valsas e tangos. Nos cordões, ranchos e sociedades carnavalescas e marchinhas dividiam o espaço com modas e maxixes.
A primeira escola de samba, a Deixa Falar, foi fundada em agosto de 1928, no bairro de Estácio de Sá, no Rio de Janeiro. Em 1932, os desfiles se tornaram oficiais e, no ano seguinte, já recebiam auxílio financeiro da prefeitura.
O regulamento tornava obrigatória a ala das baianas e proibia instrumentos de sopro, considerados influência estrangeira. Em 1937, com a ditadura do Estado Novo, o tema foi restrito a edificantes celebrações da história e cultura do Brasil. A tradição carnavalesca do Rio de Janeiro surgiu à base da canetada.
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