Após tirar a sorte grande, ela foi processada mais de uma vez, pagou impostos de renda altíssimos e até mesmo chegou a ser sequestrada
Em março de 1999, a garçoneteTonda Lynn Dickerson, que trabalhava em uma Waffle House (estabelecimento que vende waffles e outras sobremesas) situada no estado norte-americano do Alabama, nos Estados Unidos, ganhou um bilhete de loteira como gorjeta.
Edward Seward, o cliente que entregou o cupom, era um frequentador regular do local, e deu um para cada uma das cinco garçonetes do restaurante fast-food. Elas combinaram que, caso uma delas tirasse a sorte grande, dividiria o prêmio com as outras. Além disso, Seward pediu que, se uma das cartelas fosse a premiada, as garçonetes deveriam presenteá-lo com uma nova caminhonete.
O sorteio foi realizado naquele mesmo dia, e, para a surpresa delas, entre seus bilhetes estava aquele que conquistou o prêmio de 10 milhões de dólares, informa o The Sun — que, há mais de duas décadas, valia ainda mais que hoje em dia. A felizarda era Tonda.
Após descobrir que havia ganhado na loteria, porém, a norte-americana decidiu que não cumpriria sua promessa às colegas de trabalho ou ao cliente generoso, o que deixou todos furiosos e os motivou a processá-la.
Segundo repercutido pelo The Mirror, no entanto, as leis do Alabama não levam acordos meramente orais em consideração. Assim, como o combinado tanto das garçonetes quando de Seward não foi registrado em forma contratual, ele não foi considerado válido.
Essa conclusão, contudo, apenas foi alcançada após muitas audiências jurídicas, com o desfecho do processo iniciado pelas ex-colegas de Dickerson ocorrendo em 2000, e do executado pelo cliente da Waffle House em 2002.
Infelizmente para a estadunidense, esse não foi o único problema jurídico que ela precisou enfrentar após receber o prêmio lotérico.
A norte-americana precisou lidar com a agência federal do governo dos Estados Unidos responsável pela cobrança de impostos. Isso, pois, após vencer na loteria, o ganhador ainda precisa pagar taxas sobre a fortuna recebida.
Tonda, porém, havia tentado driblar as autoridades através da criação de uma corporação com um membro de sua família a fim de se esquivar de um elevado imposto de renda.
Foi apenas em 2012, anos mais tarde, e após muitas negociações, que ela não teve escolha e acabou sendo obrigada por uma decisão jurídica a pagar mais de 1 milhão de dólares para o governo.
Outra dificuldade enfrentada pela estadunidense nos anos seguintes ao bilhete premiado foi relativa à sua vida pessoal. Isso, pois, seu ex-marido, Stacy Martin, de quem a mulher havia se separado em 1997, reapareceu em sua vida em 2002.
Ele sequestrou a ex-parceira e ameaçou matá-la, informa o Mirror. O episódio tenso apenas chegou ao fim quando Dickerson conseguiu sacar uma arma de fogo escondida em sua bolsa e mirou o peito de Martin. De acordo com o portal Alabama News, não existem registros indiciativos de que o homem não chegou a ser formalmente acusado pelo crime.
As últimas atualizações a respeito da vida de Tonda Dickerson após 2012 são de que ela passou a trabalhar em um cassino. Já seu prêmio da loteria foi, em parte, doado para familiares.
Não se sabe, por outro lado, qual o destino da quantia que a norte-americana guardou para si: é possível que ela tenha gastado tudo ou então investido, mas o certo é que conseguiu manter sua privacidade em relação a essas decisões.