Confira curiosidades sobre a história milenar das estradas, do Império Inca à China
Quem trafega por rodovias e estradas de um ponto a outro não imagina que esse tipo de caminho é milenar. Acredita-se que elas tenham surgido no sudoeste asiático. O comércio foi seu forte propulsor.
A política também, como no caso do Império Romano, que, interessado na dominação de outros povos, viu nas estradas um caminho estratégico. No caso do Império Inca, a motivação era seu fortalecimento, por meio da integração. Na Antiguidade, constituíram milhares de quilômetros. Na atualidade, são milhões.
Abaixo, você confere algumas curiosidades sobre a história das estradas.
Acredita-se que havia trilhas no sudoeste da Ásia, entre os mares Negro, Cáspio, Mediterrâneo e o Golfo Pérsico. Povos viajantes teriam visto a necessidade de melhorar os caminhos para o transporte de seus animais tracionados. O movimento seria a base para o surgimento do comércio.
É perto dessa época que se tem o primeiro registro de uma estrada, na Pérsia, na mesma época em que surgiram os veículos a roda. A via ligava civilizações da Mesopotâmia (atual região do Iraque), Egito, Pérsia, Turquia e Grécia, ao longo de aproximadamente 2800 quilômetros. Era um cenário de comércio, composto de caravanas e transporte de mercadorias.
Na mesma época das estradas na Pérsia, um sistema rodoviário interligava o comércio da China imperial. A extensão era de quase 3200 quilômetros. A pavimentação era de pedra. Muitas vias eram largas. A manutenção não era regular. Vias acabavam precárias. Compara-se sua importância à que teriam mais tarde as estradas romanas para a Europa e a Anatólia (atual região da Turquia).
As primeiras estradas europeias foram as “rotas do âmbar”, referência ao produto transportado além de metais do norte da Europa. Ligavam Grécia, Itália e Mar Báltico, em função do comércio praticado por etruscos e gregos no litoral dos mares Mediterrâneo e Adriático. Eram paralelas a grandes lagos e rios do nordeste europeu.
Na Mesopotâmia, havia uma nova rota comercial unindo Egito e o Império da Babilônia. Pedras, ladrilhos e um tipo de argamassa pavimentavam estradas que conectavam templos e palácios nas antigas cidades babilônicas. O comércio exigira melhorias nas estradas, que podem ter inspirado o sistema rodoviário do Império Romano.
Império Romano, auge da engenharia rodoviária antiga. Assimilando técnicas de outros povos, as estradas serviam para conquistar territórios e mantê-los. Ao longo de 85 mil quilômetros, ligavam a Europa ao norte da África, à Anatólia, China e Índia. Invasões a partir do século 4, guerras e a peste negra, no século 14, trouxeram decadência. Mesmo assim, trechos continuaram transitáveis por centenas de anos.
O Império Inca ia ao ápice de seu sistema rodoviário em duas estradas principais e paralelas. Estendendo-se pelo litoral, uma delas tinha cerca de 3600 quilômetros. A outra margeava a Cordilheira dos Andes, ao longo de aproximadamente 2600 quilômetros. Parte desse sistema ainda é utilizado. Estudiosos cogitam influências culturais entre incas e chineses, dadas as semelhanças de suas estradas.
Com o advento do transporte de pessoas e mercadorias pelas carruagens, melhorias rodoviárias eram adotadas em países da Europa. Lançavam-se princípios de rodovias modernas. Seu crescimento seria interrompido pelas ferrovias a partir do século 19. A retomada viria mundialmente no século 20 com o surgimento de carros e caminhões.