Quando surgiu em 1950, a invenção não funcionava da maneira que conhecemos atualmente
Transações comerciais a crédito são antigas na história da humanidade. Vários séculos antes da atual polêmica com o mau uso dos cartões de crédito corporativos do governo brasileiro, as primeiras sociedades organizadas já conheciam formas de substituir os pagamentos à vista.
Na verdade, o fiado é bem mais antigo que o próprio dinheiro. Em 1500 a.C., no Egito, já se faziam compras a prazo. Isso numa época em que o comércio funcionava na base da troca de mercadorias, e cada povo usava um produto como moeda; era cacau para os astecas, manteiga para os noruegueses e arroz para os chineses. Quando surgiram as moedas de metal, em 640 a.C., ficou mais fácil controlar compras a prazo.
No século 14 da nossa era, com a disseminação do papel-moeda, a oferta de crédito começou a se estender para produtos mais caros. Em 1730, o comerciante inglês Christopher Thornton começou a vender móveis pagos em parcelas semanais.
Essa prática ficou cada vez mais comum, até que, na década de 1920, hotéis e postos de gasolina começaram a oferecer cartões, de metal ou de papel, com o lema “compre agora, pague depois”. Mas cada um deles só valia para lojas de uma mesma rede.
O primeiro cartão de crédito universal, aceito em estabelecimentos de donos diferentes, surgiu em 1950. Inventado em Nova York por Frank McNamara, o criador da empresa Diners, ele era de papelão.
A princípio, tinha 200 clientes, na maioria vendedores que comiam fora de casa, e era aceito em 27 restaurantes. Na década de 70, surgiram as tarjetas magnéticas, que deixavam as transações mais seguras, e o cartão ficou com o formato atual, de plástico. A partir de então, ganhou o mundo.